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A dengue surgiu na África e chegou ao Brasil no século 18, provavelmente transportada nos navios negreiros junto de ovos infectados do Aedes aegypti. As primeiras epidemias foram registradas em São Paulo, em 1916, e Niterói, em 1923. Desde então, o País e outras nações da América do Sul tentam erradicar a doença.
A enfermidade é provada por um vírus pertencente à família Flaviviridae, do gênero Flavivírus e, em geral, apresenta quatro sorotipos. A fêmea do Aedes aegypti, quando infectada, é o principal vetor da patologia. Ao picar os seres humanos em busca de sangue para maturar seus ovos, ela acaba transmitindo a doença.
Os surtos de dengue estão ligados à concentração do inseto, por isso conhecer o hábito do mosquito é um passo fundamental para combatê-lo. A maior densidade acontece no verão, pela ocorrência de chuvas — que aumenta a oferta de locais onde as fêmeas podem deixar os ovos — e do calor que acelera o desenvolvimento dos mosquitos.
Sintomas da dengue
Os sintomas da dengue costumam aparecer de 3 a 15 dias após a pessoa ser picada por um mosquito infectado com o vírus. A doença dura de dois a sete dias e costuma se manifestar de uma forma mais fraca na primeira ocorrência (dengue clássica), podendo evoluir para casos mais graves, inclusive a morte, a partir de uma segunda infecção (dengue hemorrágica).
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Dengue clássica
Os principais sintomas da dengue clássica são:
- febre maior de 38,5°C com início súbito;
- dores musculares intensas;
- dor ao movimentar os olhos;
- mal-estar;
- náuseas e vômitos;
- moleza no corpo;
- cansaço extremo;
- falta de apetite;
- dor de cabeça;
- manchas vermelhas no corpo.
Dengue hemorrágica
No início da doença, os casos de dengue hemorrágica são iguais aos da clássica. No entanto, após o desaparecimento da febre, o quadro clínico pode se agravar rapidamente com manifestações de insuficiência circulatória e choque que podem levar ao óbito em menos de 24h. Os principais sintomas são:
- dor abdominal intensa e contínua;
- vômitos persistentes;
- acumulação de líquidos;
- sangramento de mucosa ou outra hemorragia;
- aumento progressivo do hematócrito;
- queda abrupta das plaquetas;
- pele pálida, fria e úmida;
- sonolência, agitação e confusão mental;
- sede excessiva e boca seca;
- pulso rápido e fraco;
- dificuldade respiratória;
- perda de consciência.
Tratamento para a dengue
A maioria dos casos de dengue tem cura espontânea, não tendo um tratamento específico para a doença. No entanto, em caso de suspeita, é importante a confirmação do diagnóstico com um profissional da Saúde para monitorar e evitar o choque hemorrágico, que pode provocar problemas graves a diversos órgãos e colocar a vida da pessoa em risco.
O tratamento varia de acordo com cada caso. Entretanto, em geral, é focado em aliviar os sintomas e incluem:
- repouso;
- hidratação por ingestão de água ou por via intravenosa;
- administração de paracetamol para aliviar dores musculares e febre.
Dúvidas e mitos sobre o Aedes aegypti
Apesar das inúmeras campanhas de conscientização, uma série de mitos e dúvidas pode atrapalhar o combate ao mosquito da dengue e colocar a vida das pessoas em risco. Confira as principais informações sobre o vetor da doença a seguir.
- Ar-condicionado e ventiladores inibem, mas não matam o Aedes aegypti.
- Além de secar os reservatórios de água parada, é preciso limpá-los para matar os ovos do mosquito.
- Os repelentes têm um efeito limitado e temporário contra o Aedes aegypti.
- Ingerir vitamina B, alho ou cebola não afasta o mosquito.
- Nem toda picada do mosquito transmite a dengue.
- Os ovos do mosquito conseguem se desenvolver na água suja, inclusive com borra de café.
Fonte: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Secretaria de Estado de Saúde do Mato Grosso, Organização Mundial da Saúde (OMS).