Dengue: conheça os sintomas, o tratamento e as principais dúvidas

10 de dezembro de 2021 4 mins. de leitura
Durante o verão, calor e chuva favorecem a reprodução do Aedes aegypti, mosquito vetor da dengue, zika e chikungunya

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A dengue surgiu na África e chegou ao Brasil no século 18, provavelmente transportada nos navios negreiros junto de ovos infectados do Aedes aegypti. As primeiras epidemias foram registradas em São Paulo, em 1916, e Niterói, em 1923. Desde então, o País e outras nações da América do Sul tentam erradicar a doença.

A enfermidade é provada por um vírus pertencente à família Flaviviridae, do gênero Flavivírus e, em geral, apresenta quatro sorotipos. A fêmea do Aedes aegypti, quando infectada, é o principal vetor da patologia. Ao picar os seres humanos em busca de sangue para maturar seus ovos, ela acaba transmitindo a doença.

Os surtos de dengue estão ligados à concentração do inseto, por isso conhecer o hábito do mosquito é um passo fundamental para combatê-lo. A maior densidade acontece no verão, pela ocorrência de chuvas — que aumenta a oferta de locais onde as fêmeas podem deixar os ovos — e do calor que acelera o desenvolvimento dos mosquitos.

Sintomas da dengue

A febre alta de início repentino é um dos sintomas da dengue. (Fonte: Maridav/Shutterstock/Reprodução)
A febre alta de início repentino é um dos sintomas da dengue. (Fonte: Maridav/Shutterstock/Reprodução)

Os sintomas da dengue costumam aparecer de 3 a 15 dias após a pessoa ser picada por um mosquito infectado com o vírus. A doença dura de dois a sete dias e costuma se manifestar de uma forma mais fraca na primeira ocorrência (dengue clássica), podendo evoluir para casos mais graves, inclusive a morte, a partir de uma segunda infecção (dengue hemorrágica).

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Dengue clássica

Os principais sintomas da dengue clássica são:

  • febre maior de 38,5°C com início súbito;
  • dores musculares intensas;
  • dor ao movimentar os olhos;
  • mal-estar;
  • náuseas e vômitos;
  • moleza no corpo;
  • cansaço extremo;
  • falta de apetite;
  • dor de cabeça;
  • manchas vermelhas no corpo.

Dengue hemorrágica

No início da doença, os casos de dengue hemorrágica são iguais aos da clássica. No entanto, após o desaparecimento da febre, o quadro clínico pode se agravar rapidamente com manifestações de insuficiência circulatória e choque que podem levar ao óbito em menos de 24h. Os principais sintomas são:

  • dor abdominal intensa e contínua;
  • vômitos persistentes;
  • acumulação de líquidos;
  • sangramento de mucosa ou outra hemorragia;
  • aumento progressivo do hematócrito;
  • queda abrupta das plaquetas;
  • pele pálida, fria e úmida;
  • sonolência, agitação e confusão mental;
  • sede excessiva e boca seca;
  • pulso rápido e fraco;
  • dificuldade respiratória;
  • perda de consciência.

Tratamento para a dengue

A maioria dos casos de dengue tem cura espontânea, não tendo um tratamento específico para a doença. No entanto, em caso de suspeita, é importante a confirmação do diagnóstico com um profissional da Saúde para monitorar e evitar o choque hemorrágico, que pode provocar problemas graves a diversos órgãos e colocar a vida da pessoa em risco.

O tratamento varia de acordo com cada caso. Entretanto, em geral, é focado em aliviar os sintomas e incluem:

  • repouso;
  • hidratação por ingestão de água ou por via intravenosa;
  • administração de paracetamol para aliviar dores musculares e febre.

Dúvidas e mitos sobre o Aedes aegypti

Nem toda a picada do mosquito da dengue transmite a doença. (Fonte: CGN089/Shutterstock/Reprodução)
Nem toda a picada do mosquito da dengue transmite a doença. (Fonte: CGN089/Shutterstock/Reprodução)

Apesar das inúmeras campanhas de conscientização, uma série de mitos e dúvidas pode atrapalhar o combate ao mosquito da dengue e colocar a vida das pessoas em risco. Confira as principais informações sobre o vetor da doença a seguir.

  1. Ar-condicionado e ventiladores inibem, mas não matam o Aedes aegypti.
  2. Além de secar os reservatórios de água parada, é preciso limpá-los para matar os ovos do mosquito.
  3. Os repelentes têm um efeito limitado e temporário contra o Aedes aegypti.
  4. Ingerir vitamina B, alho ou cebola não afasta o mosquito.
  5. Nem toda picada do mosquito transmite a dengue.
  6. Os ovos do mosquito conseguem se desenvolver na água suja, inclusive com borra de café.

Fonte: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Secretaria de Estado de Saúde do Mato Grosso, Organização Mundial da Saúde (OMS).

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