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Estudo conecta doenças pulmonares a diabetes e poluição

Um novo estudo conduzido pela Universidade Estadual de Michigan (MSU), nos Estados Unidos, encontrou uma ligação entre casos de doenças pulmonares intersticiais e pessoas diabéticas moradoras de regiões com altos índices de poluição do ar.

Chamada de doença pulmonar parenquimatosa difusa, esse tipo de enfermidade é caracterizado pela danificação das células que rodeiam os alvéolos, o que leva a uma inflamação generalizada dos pulmões.

Na visão dos pesquisadores, a descoberta é especialmente importante dado o momento atual. Em meio à pandemia de covid-19, existe uma grande preocupação da comunidade científica a respeito da convergência entre os quadros clínicos causados pela poluição do ar e a suscetibilidade ao vírus Sars-CoV-2 em diabéticos.

Perigos do ozônio

Poluição do ar pode aumentar riscos de infecções severas por covid-19 em pacientes diabéticos. (Fonte: Shutterstock)

Um estudo publicado no Environmental Health Perspectives levanta um alerta sobre os locais com altas concentrações de ozônio (O3), um gás poluente que agrava certas doenças pulmonares, como asma e rinite, que atingem as vias aéreas superiores.

Após uma análise epidemiológica detalhada, o documento sugere que os altos índices de O3 também podem causar efeitos adversos nas partes inferiores dos pulmões. Nesses casos, o paciente apresenta maior dificuldade para respirar em resultado da restrição pulmonar e da rigidez do órgão.

Essas informações somam-se ao fato de que indivíduos com diabetes do tipo 2 e resistentes à insulina são considerados “grupo de risco” para desenvolver fibrose pulmonar, que compromete boa parte da função do órgão e deixa os enfermos mais expostos a doenças com alta taxa de mortalidade.

Testes em laboratório

Para a comprovação de dados, a equipe conduzida pelos professores da MSU James Wagner e Jack Harkema optou por estudar ratos saudáveis, ratos com resistência leve à insulina e ratos com total resistência à insulina. Após repetidas exposições ao ozônio, os pesquisadores notaram que os níveis de resistência à hormona responsável pela redução da glicemia estavam diretamente ligados à severidade das inflamações pulmonares.

Os autores acreditam que esse seja o primeiro estudo a abordar a temática, com a criação de um modelo de repetição dos efeitos do ozônio em roedores. Wagner já havia apresentado evidências de que grandes concentrações do gás podem resultar em problemas na frequência cardíaca e na pressão arterial e inflamação do tecido adiposo em roedores pré-diabéticos.

Diabetes durante a pandemia

Considerados grupos de risco, diabéticos devem ter cuidados redobrados durante a pandemia. (Fonte: Shutterstock)

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o número de pacientes com a doença no Brasil passa de 12 milhões. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que existem 422 milhões de adultos com diabetes no mundo, dos quais cerca de 90% têm o tipo 2 — quando o corpo não produz ou é resistente à insulina. A Federação Internacional de Diabetes (IDF) estima que 642 milhões de pessoas estejam com a doença até 2040.

Apesar de não existirem dados científicos que mostrem que diabéticos são mais suscetíveis a contrair o novo coronavírus, a enfermidade é um fator de alto risco para os indivíduos com defesa debilitada pelo mau controle do corpo sobre a glicemia. A diabetes impede que o organismo se livre do vírus Sars-CoV-2 na mesma velocidade que um paciente sem a condição e faz com que o sistema imune celular tenha uma resposta ineficaz aos agentes nocivos.

A OMS tem recomendado que diabéticos evitem aglomerações, sigam as recomendações de isolamento social e, quando precisarem sair, usem máscaras e álcool em gel para frear a disseminação do vírus. Recomenda-se também que os pacientes sem necessidade de consulta emergencial substituam seus atendimentos presenciais por sessões de telemedicina e acompanhamento médico virtual.

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Fonte: Sanarmed, Novartis, Pebmed, Science Daily, Endocrino, ELF, SBD, Saúde Bem-Estar.

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