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Em 2020, os diagnósticos de câncer colorretal e anal no Brasil tiveram uma queda em 46,6%. Dessa forma, do início de março até 31 de julho de 2019, cerca de 108 pacientes receberam o diagnóstico da doença, de acordo com os dados do hospital oncológico A.C. Camargo Cancer Center.
“Essa diminuição pode ser explicada pela dificuldade em realizar a colonoscopia, exame que diagnostica o câncer colorretal, e pelo medo que pacientes têm de serem submetidos a uma investigação hospitalar durante a pandemia”, explicou o cirurgião oncologista do hospital Samuel Aguiar Junior em publicação no portal do Instituto Oncoguia.
Com a pandemia do coronavírus, presente desde março de 2020, grande parte das equipes de hospitais passaram a se dedicar ao tratamento dos pacientes acometidos pela covid-19.
Apesar disso, foi afirmado à revista que mesmo assim não foram suspensas as consultas no A.C. CamargoCancer Center para os pacientes que tiveram a confirmação do diagnóstico de câncer.
Segundo Aguiar Junior, outro motivo pela queda do número de casos é o colapso enfrentado pelos sistemas de saúde no país, principalmente os que têm financiamento público.
A busca por tratamento do câncer no SUS
Além da sobrecarga dos ambientes hospitalares, recebendo muitas pessoas infectadas pelo coronavírus, a pandemia aumentou o número de desempregados. Isso fez muitos pacientes com câncer de colorretal buscarem um tratamento mais acessível para a enfermidade.
A maioria vinda do sistema privado migrou para o SUS devido aos valores altos para conseguir realizar o tratamento.
“Esses pacientes costumam procurar hospitais privados para obter acesso ao diagnóstico e tratamento, mas acaba indo para o já congestionado SUS, uma vez que não podem pagar pelo tratamento integral no setor privado”, relatou Aguiar Junior.
Esse movimento foi observado nas classes média e baixa, em sincronia com o impacto causado pela pandemia no desemprego. Com todos esses problemas, e o medo de entrar nos hospitais para realizar o tratamento, o quadro dos pacientes com câncer pode resultar na evolução dos tumores.
De acordo com Aguiar Junior, o diagnóstico realizado tardiamente junto ao resultado do câncer deve ser reconhecido e tratado com seriedade nas políticas de saúde. “Serão necessários esforços contínuos dos sistemas de saúde público e privado em todo o mundo, para fornecer cuidados oncológicos eficazes para todos os pacientes com câncer”, concluiu o médico.
Respeito às medidas sanitárias na pandemia
As medidas sanitárias para conter o coronavírus, como uso de álcool em gel, máscaras e diminuição de circulação nas ruas, necessitam ser levadas a sério para que o cenário não piore nos hospitais.
Os pacientes com câncer, seja de colorretal, seja de outros tipos, acabam apresentando uma imunidade baixa devido ao tratamento com radio e quimioterapia, facilitando a entrada de outros vírus e doenças.
Os esforços dos hospitais para atuar de acordo com as medidas sanitárias tornam possível garantir segurança aos pacientes com câncer. Para que eles consigam circular pelo ambiente com cuidados e receber os cuidados oncológicos na realização do tratamento.
Fonte: Instituto OncoGuia, Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, Medicina S/A.