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Os poxvírus são de um grupo de vírus capaz de infectar diversas espécies, como cães, cavalos e seres humanos. Identificado como um tipo de patógeno que tem material genético de fácil replicação, dificultando o controle, ele contém particularidades que merecem ser analisadas cuidadosamente.
Quando se fala em vírus, considera-se a capacidade de reprodução elevada que se reflete na possibilidade maior de apresentar mutações. Além do risco de que variantes mais agressivas surjam a partir deste tipo de evento, existe a probabilidade da nova cepa afetar outras espécies ou se tornar mais resistente a certos medicamentos futuramente.
Um ponto que coloca o poxvírus como objeto de atenção é a presença de um grupo de proteínas identificadas como C7L, presentes em boa parte dos vírus que infectam mamíferos, incluindo o da varíola, responsável por afetar populações de diversos países até ocorrer a sua erradicação.
Em meio a estudos, a família de proteínas C7 foi relacionada à elevada capacidade de replicação, evidenciando um papel determinante. Dentro desse contexto, pesquisadores da Universidade de Birmingham e do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH) realizaram uma análise mais apurada de como esse tipo de vírus se comporta após a invasão em um corpo e de quais proteínas estariam envolvidas no processo, e o que encontraram foi bem diferente do que ocorre na maioria dos patógenos.
Pesquisa identifica particularidades do vírus
Enquanto na maior parcela dos vírus há a liberação de proteínas durante o processo de replicação, fica evidente que se trata também de uma forma de driblar as células de defesa.
Já com o poxvírus, foi observada uma expressiva capacidade de seus mecanismos moleculares interferirem no sistema imune assim que o vírus infecta um hospedeiro, ou seja, logo no início.
Ao todo, foram encontradas 15 proteínas atuantes, sendo cinco delas redox, conhecidas por interagir com o sistema imune, mais especificamente com os elementos chamados de Espécies Reativas ao Oxigênio (ROS). No vírus da varíola, por exemplo, são essas as partículas liberadas no início da infecção que agem, suprimindo as ROS no seu papel de defesa.
Segundo Jason Mercer, da Universidade de Birmingham, é importante ter novos tratamentos antipoxvírus à disposição, uma vez que atualmente existem recursos muito limitados de combate a esse tipo de agente infeccioso em específico. No estudo publicado na PLOS Pathogens, foram adotadas prototipagens baseadas em espectrometria de massa e microscopia de super-resolução.
Para tanto, foi observada a atuação de proteínas na vacina da varíola, no vírus vaccinia e no da varíola. Essa última, por ser pertencente ao mesmo grupo da monkeypox, releva a importância das descobertas dado o contexto atual em que o crescente contágio em vários países tem gerado preocupação.
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Fonte: Forbes, Science Daily