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Em 2050, a resistência bacteriana pode ser a principal causa de mortes no mundo, resultando em 10 milhões de vidas perdidas. Os dados foram obtidos na pesquisa Tackling drug-resistant infections globally. Final report and recommendations, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o apoio do governo britânico.
Com o objetivo de combater essa situação, a iniciativa Global Respiratory Infection Partnership (GRIP) implementa uma série de iniciativas de conscientização e divulgação de tratamentos sintomáticos com base em estudos médicos.
Reconhecendo os riscos da resistência bacteriana, desde 2010 a comercialização de antibióticos sem receita é proibida no Brasil. Mesmo assim, segundo a OMS, o Brasil ocupa o 17º lugar de 65 países pesquisados em relação à quantidade de antimicrobianos consumida.
Os cuidados necessários com o uso de antibióticos
O uso dos antibióticos deve ser feito com cautela, pois a resistência bacteriana ocorre quando esses agentes sofrem mutações e deixam de responder aos antibióticos. Os remédios atacam as bactérias, que lutam para sobreviver, e as que não são extintas, chamadas de resistentes, multiplicam-se e passam o gene de resistência para a sua prole.
Então, com o tempo, infecções simples se tornam mais difíceis de serem combatidas, podendo, inclusive, levar a pessoa à morte. Segundo o estudo da OMS, atualmente 700 mil pessoas morrem todos os anos vítimas de bactérias resistentes no mundo. No Brasil, especialistas dizem que o número passa de 20 mil anualmente.
Os casos crescentes de infecções — que poderiam ser barradas por meio de mais higiene e saneamento básico — também são um problema, pois demandam mais uso de antibióticos, criando bactérias mais resistentes e perpetuando um círculo vicioso.
Além de aumentar a taxa de mortalidade e interferir em tratamentos simples, a resistência de bactérias pode dificultar procedimentos, como cirurgias e quimioterapia, e, no futuro, pode causar até restrições de viagens e migrações.
Como evitar o surgimento de superbactérias?
Um exemplo de superbactéria é a Acinetobacter spp. Ela pode causar infecções de urina, da corrente sanguínea e de pneumonia, sendo incluída na lista da OMS como uma das 12 bactérias de maior risco à saúde humana pelo alto poder de resistência.
É importante ressaltar que nem toda infecção é causada por uma bactéria. Segundo a pesquisa Does This Patient Have Strep Throat?, oito em cada dez infecções de garganta são causadas por vírus. Nesse caso, elas não devem ser combatidas com o uso de antibióticos.
Por isso, o diagnóstico correto por parte dos médicos e a indicação dos medicamentos específicos têm um papel fundamental para impedir a resistência bacteriana. Além do diagnóstico correto, é preponderante a conscientização da população sobre os riscos do uso de antibióticos indiscriminadamente.
Fonte: Far.me, Medicina S/A, BBC.