O Estadão Summit Saúde & Bem-Estar 2022, que acontece de forma online e gratuita, começou nesta segunda-feira (17) abordando as transformações no cuidado da saúde.
O evento é uma realização do Estadão com o apoio da Rádio Eldorado FM, patrocínio de Afya, Hospital Israelita Albert Einstein, Boehringer Ingelheim, Hospital Sírio-Libanês, Janssen e Thermo Fisher Scientific. O presidente da Mayo Clinic Platform, John Halamka, abriu o congresso e tratou da revolução digital da Medicina a partir de dados.
Quando uma instituição de Saúde utiliza informações, todo o ecossistema de assistência médica se beneficia, por isso Halamka afirmou que: “Precisamos abraçar os dados, usar os registros do passado para ajudar a curar os pacientes do futuro”. A própria Mayo Clinic tem 5,5 pentabytes de dados estruturados, desde prontuários individuais até relatórios de patologias, em um conjunto com acesso controlado e proteção a privacidade na nuvem do Google. Isso possibilita que os parceiros possam desenvolver, de forma gratuita, soluções para instituições de Saúde.
Inovações na área da Saúde
Apesar dos avanços na Medicina, como cirurgia robótica, mapeamento genômico e órgãos impressos em três dimensões (3D), os millenials têm expectativa de vida menor que a geração anterior. “A gente ainda não inovou em saúde”, alertou a líder médica global no Google Health Mariana Perroni. No entanto, a quarta revolução industrial amplia a acessibilidade das tecnologias.
A tecnologia pode contribuir para promover a saúde, melhorando os diagnósticos e aumentado a aderência aos tratamentos. “Uma inovação simples consegue contribuir para diabéticos reduzirem até 2% de taxa de glicose”, exemplificou o vice-presidente de Soluções Digitais da Afya, Lelio de Souza.
As informações ajudam a promover o autocuidado e colocar o paciente no centro da responsabilidade para a promoção da própria saúde e facilita o trabalho dos médicos. Para Stephani Caser, Head de Saúde da Mulher da Vibe Saúde, “O empoderamento sobre a própria saúde tem feito muita diferença no atendimento”.
O desenvolvimento de produtos deve ser pensado com antecedência. Segundo a diretora de Assuntos Estratégicos da Janssen Brasil, Gabriela Almeida, “Para ter acesso a medicamentos inovadores e novas tecnologias, precisamos investir agora para ter as inovações em 10, 50 e até 100 anos”. A empresa foca medicina de precisão, terapia gênica, imunoterapia, entre outras soluções.
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Mudança de paradigma
O modelo de negócio dos hospitais deve mudar do atendimento da doença para focar a saúde do paciente a partir das novas interações que a telemedicina proporciona. “O paciente letrado na doença consegue evoluir mais e ter um desfecho melhor”, comentou o gerente médico de Saúde Digital do Hospital Moinhos de Vento, Felipe Cabral.
O cuidado integrado é uma tendência para a Medicina e envolve o atendimento ao paciente na doença e a interação do sistema médico para a promoção de saúde. Eliézer Silva, diretor-executivo (CEO) do Sistema de Saúde Einstein, explicou que “A tecnologia permite de uma forma democrática informar as pessoas como se manter saudável”.
A experiência com o atendimento básico é fundamental para o sucesso de um novo modelo, e “As pessoas estão entendendo que passar pela atenção primária é resolutiva. Com uma experiência melhor e mais agilidade, elas só vão ao especialista quando é necessário”, explicou Gabriela Brazão, líder de Comunidade de Saúde da Alice.
Tecnologia para combater o burnout
Estudos científicos sobre a síndrome de burnout começaram na década de 1980, mas a questão ganhou mais relevância após a pandemia de covid-19. “O burnout é um nível devastador de estresse que ultrapassa a capacidade do indivíduo de lidar com a situação”, definiu a presidente da International Stress Management Association – Seccional Brasil (Isma-BR), Ana Maria Rossi.
Para combater a síndrome, a gestão de pessoas pode contar com a tecnologia para uma visão integral da situação. Rui Brandão, CEO da Zenklub, defendeu que “Saúde mental não é só consulta. A gente tem de olhar para uma estratégia de prevenção, promoção e assistência”. Isso é importante para evitar adoecimento mental de forma institucional.
“Começou-se a entender que a jornada de trabalho estava muita pesada e que as pessoas estavam ficando muito mais tempo no computador”, informou o CEO da startup Fhinck, Paulo Castello. Com a coleta de dados na estação de trabalho, é possível medir, em tempo real, o risco de burnout do empregado para agir de forma personalizada.
Ainda dá tempo de conferir as últimas tendências no setor de Saúde. A programação do Estadão Summit Saúde & Bem-Estar 2022 vai até sexta-feira (21).