Summit Saúde & Bem-Estar aborda transformações no cuidado da saúde

17 de outubro de 2022 5 mins. de leitura
Revolução digital promovida por dados pode prevenir e alertar ocorrências de saúde para facilitar tratamentos

O Estadão Summit Saúde & Bem-Estar 2022, que acontece de forma online e gratuita, começou nesta segunda-feira (17) abordando as transformações no cuidado da saúde.

O evento é uma realização do Estadão com o apoio da Rádio Eldorado FM,  patrocínio de Afya, Hospital Israelita Albert Einstein, Boehringer Ingelheim, Hospital Sírio-Libanês, Janssen e Thermo Fisher Scientific. O presidente da Mayo Clinic Platform, John Halamka, abriu o congresso e tratou da revolução digital da Medicina a partir de dados.

Quando uma instituição de Saúde utiliza informações, todo o ecossistema de assistência médica se beneficia, por isso Halamka afirmou que: “Precisamos abraçar os dados, usar os registros do passado para ajudar a curar os pacientes do futuro”. A própria Mayo Clinic tem 5,5 pentabytes de dados estruturados, desde prontuários individuais até relatórios de patologias, em um conjunto com acesso controlado e proteção a privacidade na nuvem do Google. Isso possibilita que os parceiros possam desenvolver, de forma gratuita, soluções para instituições de Saúde.

Inovações na área da Saúde

As inovações precisam chegar à população para que a revolução na medicina aconteça. (Fonte: Estadão Summit Saúde & Bem-estar 2022/Reprodução)
As inovações precisam chegar à população para que a revolução na Medicina aconteça. (Fonte: Estadão Summit Saúde & Bem-Estar 2022/Reprodução)

Apesar dos avanços na Medicina, como cirurgia robótica, mapeamento genômico e órgãos impressos em três dimensões (3D), os millenials têm expectativa de vida menor que a geração anterior. “A gente ainda não inovou em saúde”, alertou a líder médica global no Google Health Mariana Perroni. No entanto, a quarta revolução industrial amplia a acessibilidade das tecnologias.

A tecnologia pode contribuir para promover a saúde, melhorando os diagnósticos e aumentado a aderência aos tratamentos. “Uma inovação simples consegue contribuir para diabéticos reduzirem até 2% de taxa de glicose”, exemplificou o vice-presidente de Soluções Digitais da Afya, Lelio de Souza.

As informações ajudam a promover o autocuidado e colocar o paciente no centro da responsabilidade para a promoção da própria saúde e facilita o trabalho dos médicos. Para Stephani Caser, Head de Saúde da Mulher da Vibe Saúde, “O empoderamento sobre a própria saúde tem feito muita diferença no atendimento”.

O desenvolvimento de produtos deve ser pensado com antecedência. Segundo a diretora de Assuntos Estratégicos da Janssen Brasil, Gabriela Almeida, “Para ter acesso a medicamentos inovadores e novas tecnologias, precisamos investir agora para ter as inovações em 10, 50 e até 100 anos”. A empresa foca medicina de precisão, terapia gênica, imunoterapia, entre outras soluções.

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Mudança de paradigma

Brasileiros têm o costume de procurar especialistas antes da atenção primária, porém muitas vezes o médico-generalista pode ser mais eficiente. (Fonte: Estadão Summit Saúde & Bem-Estar 2022/Reprodução)
Brasileiros têm o costume de procurar especialistas antes da atenção primária, porém muitas vezes o médico-generalista pode ser mais eficiente. (Fonte: Estadão Summit Saúde & Bem-Estar 2022/Reprodução)

O modelo de negócio dos hospitais deve mudar do atendimento da doença para focar a saúde do paciente a partir das novas interações que a telemedicina proporciona. “O paciente letrado na doença consegue evoluir mais e ter um desfecho melhor”, comentou o gerente médico de Saúde Digital do Hospital Moinhos de Vento, Felipe Cabral.

O cuidado integrado é uma tendência para a Medicina e envolve o atendimento ao paciente na doença e a interação do sistema médico para a promoção de saúde. Eliézer Silva, diretor-executivo (CEO) do Sistema de Saúde Einstein, explicou que “A tecnologia permite de uma forma democrática informar as pessoas como se manter saudável”.

A experiência com o atendimento básico é fundamental para o sucesso de um novo modelo, e “As pessoas estão entendendo que passar pela atenção primária é resolutiva. Com uma experiência melhor e mais agilidade, elas só vão ao especialista quando é necessário”, explicou Gabriela Brazão, líder de Comunidade de Saúde da Alice.

Tecnologia para combater o burnout

74% dos profissionais que percebem que estão com burnout procuram medidas paliativas e permanecem trabalhando de forma inadequada. (Fonte: Estadão Summit Saúde & Bem-estar 2022/Reprodução)
Cerca de 70% dos profissionais que sofrem burnout procuram medidas paliativas e permanecem trabalhando de forma inadequada. (Fonte: Estadão Summit Saúde & Bem-Estar 2022/Reprodução)

Estudos científicos sobre a síndrome de burnout começaram na década de 1980, mas a questão ganhou mais relevância após a pandemia de covid-19. “O burnout é um nível devastador de estresse que ultrapassa a capacidade do indivíduo de lidar com a situação”, definiu a presidente da International Stress Management Association – Seccional Brasil (Isma-BR), Ana Maria Rossi.

Para combater a síndrome, a gestão de pessoas pode contar com a tecnologia para uma visão integral da situação. Rui Brandão, CEO da Zenklub, defendeu que “Saúde mental não é só consulta. A gente tem de olhar para uma estratégia de prevenção, promoção e assistência”. Isso é importante para evitar adoecimento mental de forma institucional.

“Começou-se a entender que a jornada de trabalho estava muita pesada e que as pessoas estavam ficando muito mais tempo no computador”, informou o CEO da startup Fhinck, Paulo Castello. Com a coleta de dados na estação de trabalho, é possível medir, em tempo real, o risco de burnout do empregado para agir de forma personalizada.

Ainda dá tempo de conferir as últimas tendências no setor de Saúde. A programação do Estadão Summit Saúde & Bem-Estar 2022 vai até sexta-feira (21).

Fonte: Summit Saúde & Bem-Estar 2022

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