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A pirâmide etária do Brasil está se invertendo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida na década de 1940 era de 45 anos. Hoje, ultrapassa os 76 anos. Por isso, além do quanto se vive, esse processo tem mudado a forma de vida no País.
Um exemplo nítido disso passa pela saúde. Diabetes, hipertensão e outras doenças crônicas têm se tornado uma preocupação. Agora, o que fazer com doenças incapacitantes também típicas de idosos, como o Alzheimer? Esse é um dilema que já preocupa especialistas. Afinal, a forma como o tratamento ao Alzheimer vai evoluir nos próximos anos definirá a capacidade de cuidar das pessoas de idade.
O Brasil envelhece rápido e mal
Segundo um estudo de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicado em 2016, o número de idosos no Brasil cresce rapidamente. Em 2010, havia 39 idosos para cada 100 jovens; já em 2040, a expectativa é que a relação seja de 153 para os mesmos 100.
Esse é um quadro que se repete em todo o mundo. A AC Immune, do ramo farmacêutico, estima que até 2050 o número de famílias com pessoas com Alzheimer chegue a 150 milhões, triplicando o quadro atual. Uma epidemia de demência.
Mas, se tratando do Brasil, não é apenas sobre o quanto se envelhece, e sim sobre como isso ocorre. O número de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza atinge 12,8% da população, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), e atinge mais diretamente a população que não é economicamente ativa.
Além disso, a rede de proteção social do Estado deve enfrentar problemas para acolher toda essa demanda. Desde 2016, as contas públicas brasileiras precisam atender ao teto de gastos, que procura garantir saúde fiscal para o Estado. Mas, o custo disso pode ser caro para quem mais precisa de apoio no fim da vida.
Como frear a doença
O Alzheimer também preocupa porque, enquanto a Medicina faz avanços importantes em relação a diversas doenças, ainda é lenta a contribuição para esse mal degenerativo. Não se conhece a causa exata dela, ainda não há cura e mesmo o tratamento paliativo é caro e tem resultados modestos.
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Há uma série de estudos em andamento que procuram identificar os condicionantes do Alzheimer e assim avançar em relação à cura ou até mesmo à criação de uma vacina. Na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, por exemplo, pesquisadores investigam a relação entre a micróglia (um tipo de célula cerebral ligada à defesa) e uma mutação genética percebida em pacientes com a doença.
Na Finlândia, já há protótipos de vacinas sendo testadas em humanos, e nos Estados Unidos há imunizantes aplicados via nasal em testes clínicos. Mas todas essas tentativas são apostas de médio e longo prazo, com uma longa jornada pela frente.
Por enquanto, o Alzheimer avança mais rapidamente que a ciência e a capacidade de proteção social dos Estados.
Fonte: Science Daily, IBGE, Scielo, Canal Tech.