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O dispositivo intrauterino (DIU) é um objeto sólido inserido por meio do colo do útero na cavidade uterina. Ele tem o objetivo de evitar que a mulher engravide. Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), os dispositivos são altamente eficazes, seguros e bem tolerados. Sua taxa de falha é semelhante à esterilização cirúrgica feminina.
Tipos de dispositivos
Existem três tipos principais de DIUs:
- DIU não medicado — o dispositivo mais comum é chamado de Alça de Lipps, é composto de polietileno impregnado com sulfato de bário. Ele foi o primeiro a ser clinicamente aceito e se popularizou no início dos anos 60.
- DIU de cobre — é um dispositivo altamente eficaz, ele consiste em um fio de prata coberto de cobre. A presença desse tipo de dispositivo gera mudanças bioquímicas e morfológicas no endométrio, o que diminui a eficácia do espermatozoide. Nesse caso a ovulação não é afetada.
- Frameless DIU — esse tipo de dispositivo tem todas as propriedades do DIU de cobre, porém foi desenvolvido a fim de evitar alguns problemas relacionados ao formato. Ele é composto de um fio de nylon contendo seis anéis de cobre.
Quando deve ser colocado?
Não existe um período específico exigido, uma vez que a chance de gravidez for descartada o dispositivo pode ser colocado. Apesar do senso comum, não existem evidências de que o DIU deva ser colocado apenas durante a menstruação. Nesse período, inclusive, a chance de expulsão e as taxas de infecção podem ser mais altas. A troca ou retirada do DIU também pode ocorrer em qualquer momento do ciclo menstrual.
Como funciona a colocação do DIU?
O procedimento de colocação do DIU pode ser realizado em clínicas ou hospitais. Pode haver aplicação de anestesia local ou a indicação do uso de anti-inflamatórios não hormonais uma hora antes do procedimento.
Primeiramente, o profissional realiza a inspeção e limpeza do cérvix e vagina com antisséptico apropriado. A inserção do dispositivo intrauterino é realizada com um aplicador específico.
Após a alocação no fundo do útero é realizada a remoção do aplicador e o corte do fio presente no DIU. Permanecem cerca de três centímetros do fio no cérvix. É aconselhável realizar um ultrassom para se certificar de que o DIU está na posição correta.
Acompanhamento
Após a colocação do DIU, a Febrasgo aconselha que seja realizada uma consulta no período entre três e seis semanas seguintes ao procedimento. Depois disso, deve-se realizar uma consulta por ano.
O acompanhamento permite a avaliação do padrão menstrual, verificação de possíveis infecções, avaliação da satisfação com o uso do dispositivo e, se necessário, aconselhamento de uso de preservativos para proteção contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
Remoção do DIU
A remoção é tão simples quanto a colocação. No consultório médico ou hospital, o especialista irá utilizar uma pinça para puxar o DIU pelo fio até sua completa visualização. Caso o fio não esteja visível, a remoção é realizada com o auxílio do mesmo dispositivo utilizado no exame Papanicolau.
Mitos sobre o uso do DIU
A Organização Mundial da Saúde (OMS) listou alguns pontos mal-entendidos a fim de esclarecer e corrigir o entendimento a respeito do DIU:
- pode ser usado por mulheres de qualquer idade, incluindo adolescentes;
- pode ser usado por mulheres que têm ou não filhos;
- não aumenta o risco de contrair ISTs;
- não aumenta o risco de aborto quando a mulher engravida após a remoção do DIU;
- não deixa a mulher infértil;
- não causa câncer;
- não pode se mover para o coração;
- não causa desconforto para a mulher ou para o homem durante o sexo.
Fonte: Paraná Clinicas, Steal the look, Febrasgo, World Health Organization.