O novo coronavírus se espalhou e provocou pandemia e quarentena em boa parte do mundo. A situação se agravou a tal ponto que foi decretado no Brasil o estado de calamidade pública para permitir que o governo enfrente a crise. A necessidade de isolamento social para retardar o avanço da doença está bastante difundida, mas que cuidados deverão ser tomados em relação à saúde mental em períodos de isolamento?
A sensação de pressão é uma experiência provável para muitos profissionais de saúde, o que causa estresse e ansiedade. O gerenciamento da saúde mental desses trabalhadores é fundamental para a superação da crise, por isso a Organização Mundial de Saúde (OMS) elaborou um documento para promover o bem-estar psicossocial e apoiar especialmente os trabalhadores de saúde durante o surto da covid-19. Algumas dessas orientações também podem ser adotadas pelo público em geral.
Escolha horário e fontes confiáveis para se informar
Em meio a uma crise mundial, manter-se informado é essencial para preparar planos ou proteger a si mesmo e os familiares. No entanto, o fluxo contínuo de notícias e as informações exageradas, pouco confiáveis e até falsas, somente elevam a sensação de preocupação.
Escolha muito bem as suas fontes de informação sobre a situação, como sites da OMS, de órgãos de saúde e jornais de credibilidade, e estabeleça um horário para verificar as notícias. Isso vai ajudar a evitar rumores, principalmente os propagados por redes sociais, e minimizar a sensação de angústia e medo.
Cuide da saúde do corpo
O surto de covid-19 é um cenário único e sem precedentes para muitos profissionais de saúde que nunca estiveram envolvidos em situações de crise semelhantes. Em meio a uma maratona de trabalho, não se esqueça de cuidar do próprio bem-estar.
É importante garantir descanso adequado entre os turnos, escolher alimentos saudáveis e, na medida do possível, realizar atividades físicas. Evite o uso de tabaco, álcool e outras drogas, pois, em longo prazo, isso pode piorar os problemas mentais e físicos.
Mantenha o contato social
Alguns profissionais de saúde podem, infelizmente, precisar evitar a família ou a comunidade devido ao estigma ou medo, o que pode tornar ainda mais difícil uma situação já desafiadora. Se possível, mantenha o contato com seus familiares, inclusive por meio de tecnologias digitais. Além disso, procure colegas ou pessoas confiáveis para obter suporte social, pois eles podem compartilhar experiências semelhantes em meio à crise.
Seja humano e solidário
Procure fornecer atendimento humanizado às pessoas afetadas pela covid-19, dentro das suas possibilidades e com os recursos disponíveis. Um paciente tratado de forma humana pode ter melhoria na imunidade e acelerar o processo de cura. Isso é especialmente importante para quem precisa de saúde mental e apoio psicossocial.
Ajudar outras pessoas em momentos de necessidade pode beneficiar tanto quem recebe apoio quanto quem auxilia. Por exemplo, consulte por telefone os vizinhos ou conhecidos que precisam de assistência extra. Enfrentar uma crise em comunidade é muito mais fácil do que de forma individual.
Incentive as crianças a se expressarem
Em tempos de estresse, é comum que as crianças busquem mais proximidade com os pais. Converse sobre a covid-19 com seus filhos de maneira honesta e apropriada para a idade deles. Os pequenos observam o comportamento e as emoções dos adultos em busca de dicas sobre como gerenciar as próprias emoções durante tempos difíceis.
É importante ajudar as crianças a encontrarem maneiras positivas de expressar sentimentos como medo e tristeza. Participar de uma atividade criativa, como brincar ou desenhar, pode facilitar esse processo, pois elas se sentem aliviadas quando podem comunicar os sentimentos em um ambiente seguro e solidário.
O cotidiano familiar deve ser mantido ou devem ser criadas rotinas, principalmente se as crianças ficarem em casa. Sempre que possível, incentive os pequenos a continuarem brincando e socializando com os outros, mesmo que apenas na família.
Atenção especial para os idosos
Os idosos, sobretudo os isolados e com declínio cognitivo, podem se tornar mais ansiosos, agitados ou retraídos em quarentena. É fundamental fornecer apoio prático e emocional através da rede familiar e de serviços de saúde, principalmente para a adoção de medidas de prevenção e cuidados regulares com medicação. Se não for possível estar por perto, mantenha contato regular com os responsáveis.
Compartilhe fatos simples sobre o que está acontecendo e informações sobre como reduzir o risco de infecção de forma clara, concisa e respeitosa. Repita as informações sempre que necessário. Estimule rotinas e horários regulares o máximo possível ou ajude a criar bons hábitos, incluindo exercícios e tarefas diárias.
Fontes: Agência Brasil, OMS.