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Até meados do século 20, os principais adversários da saúde infantil eram as doenças sem imunizantes, a falta de saneamento básico e a carência de água potável em várias comunidades. Ainda há registro desses casos, mas, de modo geral, os vilões passaram a ser a obesidade infantil, o sedentarismo e a diabetes, quadros que estão ligados entre si.
Conheça mais o impacto da diabetes infantil no corpo das crianças, o que causa a doença, como identificá-la e o que é possível fazer ao diagnosticá-la.
Entenda o que é a diabetes infantil
A diabetes mellitus tipo 1 (DM1) ocorre entre a infância e o início da adolescência e se refere à incapacidade de o pâncreas metabolizar a glicose ingerida nos alimentos. Como consequência, esse carboidrato circula em excesso na corrente sanguínea e afeta o metabolismo. A razão pela qual isso ocorre é a destruição das células pancreáticas responsáveis por produzir insulina, que é o hormônio que consegue fazer a glicose entrar nas células e garantir a produção de energia.
Existem estudos que apontam crescimento nos casos em decorrência do sedentarismo na infância, mas a doença não é nova. O primeiro registro conhecido é do Egito Antigo e consta no papiro de Ebers. Já o nome pelo qual é conhecida hoje surgiu na Grécia Antiga, na Era Cristã, e foi dado por Arateus.
O que causa a diabetes infantil
A diabetes tipo 1 tem origem genética. A criança nasce com essa condição, que irá acompanhá-la ao longo da vida, já que não tem cura. Apesar disso, o DNA não é totalmente determinante da qualidade de vida. A relação entre os genes, o meio e o comportamento físico e alimentar é um arranjo que faz diferença no curso da doença, por isso pode-se considerar que maus hábitos na promoção da saúde fazem parte do desenvolvimento da diabetes infantil tanto quanto a carga genética.
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Como detectar a diabetes infantil
O diagnóstico da doença deve ser feito por pediatras que acompanham a criança, mas os pais podem ficar atentos a alguns sinais de alerta. Os sintomas mais comuns são:
- sede excessiva;
- boca seca;
- micção frequente e abundante, mesmo durante a noite;
- fome;
- cansaço e sonolência;
- indisposição para brincar;
- náusea e vômito;
- perda de peso;
- infecções frequentes;
- irritabilidade e mudanças de humor;
- raciocínio lento;
- visão turva.
Se alguns desses quadros estiverem presentes, a equipe médica deve pedir um exame de sangue. Se em jejum a glicemia estiver acima de 126 miligramas por decilitro (mg/dl), a criança é considerada diabética.
É importante ficar atento, no entanto, ao fato de que a diabetes mellitus tipo 2 também pode se apresentar cedo. Nesse caso, a resistência à insulina causada por fatores como obesidade infantil também pode inviabilizar a dinâmica da insulina e exigir cuidado especializado. Por isso, o diagnóstico diferencial deve ser observado.
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Conheça o tratamento para a diabetes infantil
Embora a doença não tenha cura, alguns cuidados são capazes de estabilizar o quadro e dar boa qualidade de vida ao paciente. Isso é importante tanto para o pleno desenvolvimento da infância quanto para não comprometer os órgãos, que se “irritam” com a hiperglicemia sanguínea.
A aplicação de doses regulares de insulina é o tratamento mais importante, já que substitui sinteticamente o hormônio que o pâncreas deixa de produzir e permite que as células voltem a “se alimentar” da glicose absorvida pela alimentação. Alguns medicamentos também são úteis, mesmo que não cumpram o papel da insulina, apenas permitam que haja um controle mais apurado da quantidade de glicose na corrente sanguínea.
Outro exemplo passa pela escolha da dieta. E aí entra a importância de profissionais de nutrição, que merecem visitas regulares tanto quanto pediatras. Se essa área contribui em todos os casos infantis, nutricionistas são absolutamente imprescindíveis nos casos de diabetes infantil.
Como o corpo tem dificuldade para metabolizar a glicose, ingeri-la em grande quantidade acentua o quadro patológico. Então, é preferível que a criança se alimente de fibras e outros carboidratos de longa digestão, pois os polissacarídeos demoram mais a serem processados e a absorção dos nutrientes ocorre sem picos glicêmicos.
Por fim, vale a pena ter o acompanhamento de educadores físicos, pois o controle adequado da carga de exercícios e os cuidados com medicação e nutrição podem ser a chave para uma infância feliz e saudável.
Fonte: Revista HUPE/UERJ, Tua Saúde, Scielo, Rede D’Or São Luiz.