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Doenças cardiovasculares em idosos despertam atenção

Aproximadamente um terço da população brasileira será composta por pessoas com mais de 60 anos de idade até 2060, segundo as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E a inversão na pirâmide etária do País desperta um cuidado especial para o futuro: a saúde dos idosos.

O envelhecimento é uma condição natural dos seres humanos, mas tem suas consequências. Sabe-se que na terceira idade o sistema cardiovascular passa por um processo de transformação, quando as válvulas perdem a elasticidade, aumentando as chances de problemas cardíacos.

Então quais são as particularidades na prevenção de doenças do coração na terceira idade? Como a comunidade médica pode se preparar para o futuro e como a população pode adotar um estilo de vida mais saudável nas próximas décadas?

As mudanças do coração na terceira idade

Paredes do coração aumentam de espessura durante o envelhecimento, causando pressão alta. (Fonte: Shutterstock)

Existem dois conceitos que precisam ser abordados quando o assunto é geriatria: senescência e senilidade. Qual é a diferença entre esses termos? Apesar de ambos retratarem as mudanças sofridas pelo corpo de idosos, partem de princípios completamente diferentes.

A senescência representa as alterações funcionais e estruturais que ocorrem no organismo durante o processo natural de envelhecimento humano, enquanto as mudanças causadas pela senilidade são provenientes de uma enfermidade que atinge o corpo.

Senescência e coração

De acordo com um artigo publicado por pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, é possível observar uma mudança estrutural no coração à medida que vamos envelhecendo: as paredes do órgão começam a ficar mais espessas e as câmaras aumentam de tamanho. Esse processo de enrijecimento do sistema cardiovascular pode fazer com que o ventrículo esquerdo, responsável por receber o sangue rico em oxigênio vindo do pulmão, não encha tão bem, resultando em insuficiência cardíaca.

Os corações mais velhos também já não batem da mesma forma. Em repouso, a frequência cardíaca de idosos é levemente mais baixa que a de pessoas mais jovens e não aumenta da mesma maneira durante a prática de exercícios.

O tecido elástico que compõe as paredes das artérias e arteríolas se perde, endurecendo os vasos sanguíneos e fazendo com que as pessoas mais velhas sofram com pressão alta. Esse fator aumenta o risco de tonturas e desmaios quando o indivíduo se levanta muito rapidamente, por exemplo.

Os riscos da diabetes

O processo de envelhecimento também pode fazer com que o fígado sofra uma diminuição na capacidade de descartar o colesterol que corre na circulação sanguínea, o que aumenta consideravelmente as probabilidades de desenvolvimento de uma enfermidade como a diabetes.

E qual é a ligação desse tipo de doença com o agravamento da condição cardíaca de uma pessoa idosa? De acordo com o International Diabetes Federation (IDF), 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 morrem por complicações cardíacas.

Com a pressão arterial elevada e os altos índices de glicose no sangue, o comportamento do colesterol se torna maléfico: uma formação de placas responsáveis por entupir as artérias mata o tecido sadio e impede a entrada de oxigênio no coração. Mesmo nos casos em que esse processo não é fatal, o paciente pode sofrer danos irreversíveis.

Prevenção contra doenças cardiovasculares em idosos

Evitar o sedentarismo pode ser o melhor remédio para fugir de doenças cardiovasculares. (Fonte: Shutterstock)

Além de prescrever medicamentos para o controle da pressão e a prevenção de outras condições complicadoras, a equipe médica precisa cumprir um papel essencial para o bem-estar dos idosos: incentivá-los a manter uma vida ativa.

A prática de exercícios por si só já auxilia a manter a saúde do coração e prolonga a expectativa de vida de um ser humano na terceira idade. Além disso, evitar hábitos negativos, como o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o tabagismo, diminui as probabilidades de uma fatalidade.

O estabelecimento de uma dieta saudável e uma rotina de atividades aeróbicas faz com que a capacidade cardiovascular continue em dia; portanto, afastar o sedentarismo pode ser o melhor remédio para a saúde dos idosos.

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Fontes: Scielo, MSD Manual, Ministério da Cidadania e Sociedade Brasileira de Diabetes.

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