Doenças cardiovasculares em idosos despertam atenção - Summit Saúde

Doenças cardiovasculares em idosos despertam atenção

20 de agosto de 2020 5 mins. de leitura

Problemas no coração são mais recorrentes em pessoas da terceira idade devido à transformação no funcionamento do órgão

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Aproximadamente um terço da população brasileira será composta por pessoas com mais de 60 anos de idade até 2060, segundo as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E a inversão na pirâmide etária do País desperta um cuidado especial para o futuro: a saúde dos idosos.

O envelhecimento é uma condição natural dos seres humanos, mas tem suas consequências. Sabe-se que na terceira idade o sistema cardiovascular passa por um processo de transformação, quando as válvulas perdem a elasticidade, aumentando as chances de problemas cardíacos.

Então quais são as particularidades na prevenção de doenças do coração na terceira idade? Como a comunidade médica pode se preparar para o futuro e como a população pode adotar um estilo de vida mais saudável nas próximas décadas?

As mudanças do coração na terceira idade

Paredes do coração aumentam de espessura durante o envelhecimento, causando pressão alta. (Fonte: Shutterstock)
Paredes do coração aumentam de espessura durante o envelhecimento, causando pressão alta. (Fonte: Shutterstock)

Existem dois conceitos que precisam ser abordados quando o assunto é geriatria: senescência e senilidade. Qual é a diferença entre esses termos? Apesar de ambos retratarem as mudanças sofridas pelo corpo de idosos, partem de princípios completamente diferentes.

A senescência representa as alterações funcionais e estruturais que ocorrem no organismo durante o processo natural de envelhecimento humano, enquanto as mudanças causadas pela senilidade são provenientes de uma enfermidade que atinge o corpo.

Senescência e coração

De acordo com um artigo publicado por pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, é possível observar uma mudança estrutural no coração à medida que vamos envelhecendo: as paredes do órgão começam a ficar mais espessas e as câmaras aumentam de tamanho. Esse processo de enrijecimento do sistema cardiovascular pode fazer com que o ventrículo esquerdo, responsável por receber o sangue rico em oxigênio vindo do pulmão, não encha tão bem, resultando em insuficiência cardíaca.

Os corações mais velhos também já não batem da mesma forma. Em repouso, a frequência cardíaca de idosos é levemente mais baixa que a de pessoas mais jovens e não aumenta da mesma maneira durante a prática de exercícios.

O tecido elástico que compõe as paredes das artérias e arteríolas se perde, endurecendo os vasos sanguíneos e fazendo com que as pessoas mais velhas sofram com pressão alta. Esse fator aumenta o risco de tonturas e desmaios quando o indivíduo se levanta muito rapidamente, por exemplo.

Os riscos da diabetes

O processo de envelhecimento também pode fazer com que o fígado sofra uma diminuição na capacidade de descartar o colesterol que corre na circulação sanguínea, o que aumenta consideravelmente as probabilidades de desenvolvimento de uma enfermidade como a diabetes.

E qual é a ligação desse tipo de doença com o agravamento da condição cardíaca de uma pessoa idosa? De acordo com o International Diabetes Federation (IDF), 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 morrem por complicações cardíacas.

Com a pressão arterial elevada e os altos índices de glicose no sangue, o comportamento do colesterol se torna maléfico: uma formação de placas responsáveis por entupir as artérias mata o tecido sadio e impede a entrada de oxigênio no coração. Mesmo nos casos em que esse processo não é fatal, o paciente pode sofrer danos irreversíveis.

Prevenção contra doenças cardiovasculares em idosos

Evitar o sedentarismo pode ser o melhor remédio para fugir de doenças cardiovasculares. (Fonte: Shutterstock)

Além de prescrever medicamentos para o controle da pressão e a prevenção de outras condições complicadoras, a equipe médica precisa cumprir um papel essencial para o bem-estar dos idosos: incentivá-los a manter uma vida ativa.

A prática de exercícios por si só já auxilia a manter a saúde do coração e prolonga a expectativa de vida de um ser humano na terceira idade. Além disso, evitar hábitos negativos, como o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o tabagismo, diminui as probabilidades de uma fatalidade.

O estabelecimento de uma dieta saudável e uma rotina de atividades aeróbicas faz com que a capacidade cardiovascular continue em dia; portanto, afastar o sedentarismo pode ser o melhor remédio para a saúde dos idosos.

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Fontes: Scielo, MSD Manual, Ministério da Cidadania e Sociedade Brasileira de Diabetes.

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