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Expostas a uma maior vulnerabilidade socioeconômica, as mulheres têm uma série de direitos não efetivados em períodos de crise humanitária. Segundo a Agência de Refugiados das Nações Unidas (Acnur), uma em cada cinco refugiadas é vítima de violência sexual no mundo.
Sabe-se que cerca de 32 milhões de mulheres com idade entre 15 a 49 anos vivem e percebem as guerras, segundo dados do The Humanitarian Innovation Fund (Elrha), agência global de ajuda humanitária.
Por isso, é importante pensar em ferramentas que promovam a informação e deem suporte às mulheres diante da ineficácia dos equipamentos públicos de saúde, paralisados em meio aos conflitos.
Confira mais do assunto e entenda como a inovação pode ser uma aliada na promoção dos direitos sexuais e reprodutivos de mulheres que vivem em territórios em guerra.
O que é saúde sexual e reprodutiva?
A saúde sexual e reprodutiva consiste no direito da mulher em exercer sua sexualidade e seus direitos reprodutivos com autonomia, segurança e informação. Por isso, ela depende de uma ampla gama de serviços de saúde e outras áreas próximas.
Isso passa pelo acesso a ginecologistas e obstetras, por exemplo, mas envolve outras questões. A saúde sexual e reprodutiva passa pelo bem-estar físico, mental e social. Só assim as mulheres podem tomar decisões com estrutura adequada.
Em 1994, a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), no Cairo (Egito), designou os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres refugiadas como um ponto a ser reconhecido e promovido, mas esse é um movimento muito lento. A violência de gênero continua sendo um ponto central na violação da dignidade de mulheres em diversas partes do mundo.
Os direitos sexuais e reprodutivos ficam gravemente ameaçados em territórios expostos a conflitos armados e demandam soluções criativas para driblar a dinâmica da guerra. E a inovação pode ser uma aliada nesse cenário.
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Inovação pode ajudar a promover os direitos sexuais e reprodutivos
Segundo a Elrha, já há uma série de experiências documentadas sobre modos de apoiar a população de mulheres refugiadas, mas as medidas precisam ser pensadas caso a caso, considerando a particularidade de cada situação. E é aí que entra o papel das abordagens inovadoras.
Veja algumas áreas de atuação que podem ser úteis e também algumas abordagens de gestão. Juntas, elas podem ser mobilizadas e conseguem oferecer os serviços necessários.
Eixos para a promoção de direitos sexuais e reprodutivos
Contribuir para que mulheres possam ter acesso à saúde sexual e reprodutiva é um caminho que aceita vários veículos:
- serviços — como atendimentos e treinamentos;
- produtos digitais — como sites, aplicativos e serviços de telemedicina;
- produtos físicos — como itens de saúde e materiais de treinamento;
- políticas de gestão — como a formulação de protocolos de atendimento e construção de parcerias.
Abordagens para a promoção de direitos sexuais e reprodutivos
Uma série de abordagens de gestão em inovação pode ser “emprestada” do dia a dia empresarial e levada aos conflitos humanitários. O Lean e o design thinking são exemplos disso.
O design thinking é uma abordagem que incentiva a criação de soluções para demandas de diversos tipos, auxiliando na abordagem de problemas de modo inovador, reconfigurando a percepção sobre eles e, assim, pensando em novas saídas. Já o Lean se refere a um conjunto de orientações operativas que permite criar e gerenciar um fluxo logístico otimizado para o público-alvo.
Se o desafio estiver em construir uma rede de saúde para mulheres em um assentamento de refugiados, por exemplo, mas não houver estrutura para instalar unidades fixas, pode-se combinar a existência de serviços móveis (uma ambulância, por exemplo) que fazem atendimentos a partir das demandas levantadas por lideranças locais que funcionem como agentes de Saúde.
Esse tipo de solução pode ser gerada por meio de abordagens inspiradas no processo de inovação. Assim, olhar o problema por meio do design thinking e achar soluções em outras abordagens, como o Lean, é um exemplo de como é possível garantir a assistência aos direitos sexuais e reprodutivos de mulheres em territórios sob conflito armado.
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Fonte: ELRHA, Acnur.