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A ida ao ginecologista para muitas mulheres ainda é um problema (e até mesmo um tabu) atrelado a fatores como: desconforto ou vergonha, falta de informação sobre a necessidade do acompanhamento ginecológico, relação entre médico e paciente etc.
Há, inclusive, uma parcela significativa de brasileiras que nunca foi a uma consulta com o ginecologista — tanto no sistema público de saúde (SUS) quanto no privado.
Por que as mulheres brasileiras não vão ao ginecologista?
As brasileiras não vão ao ginecologista por motivos diversos. Porém, o primeiro fator responsável por esse problema é a falta de informação e conscientização, uma vez que a primeira consulta ginecológica de grande parte das mulheres ocorre apenas ao sinal de alguma doença, na busca por contraceptivos ou por gravidez.
O correto é realizar a primeira consulta com o ginecologista logo no primeiro ciclo menstrual da vida da mulher, para garantir que sejam passadas à paciente todas as informações sobre a menstruação, bem como orientações sobre iniciação sexual segura, IST e métodos contraceptivos.
A partir de dados de inúmeras pesquisas e entrevistas (realizadas por diferentes institutos), também é possível constatar outros motivos que frequentemente levam as mulheres a não procurar pelo acompanhamento ginecológico:
- não considerar a ida ao ginecologista como algo importante ou necessário;
- dificuldade de acesso a unidades de saúde ou clínicas privadas;
- dificuldade de agendamento de consultas pelo SUS;
- problemas na relação entre médico e paciente;
- vergonha do atendimento ginecológico.
A importância de buscar o acompanhamento com o ginecologista
O acompanhamento ginecológico é de suma importância para que a mulher tenha orientações seguras a respeito de métodos contraceptivos, infecções sexualmente transmissíveis, ciclo menstrual etc. Além disso, a ida ao ginecologista é fundamental para garantir o diagnóstico precoce de doenças como o câncer de colo de útero.
Esse tipo de câncer é o quarto mais comum entre as mulheres, ficando atrás apenas do câncer de pele, de mama e colorretal.
Considerando esse fato e objetivando minimizar a desinformação a respeito da doença, o Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) aplicou o questionário “O que as mulheres sabem sobre câncer de colo do útero e HPV?”.
A pesquisa foi realizada com 548 brasileiras e apontou que quase metade das mulheres não passaram por uma consulta de rotina no ginecologista em 2020.
Outra informação relevante se refere ao fato de que metade das entrevistadas (50,1%) apontou que “não sabe” ou diz ser “falso” que o câncer de colo do útero é um dos mais fáceis de ser prevenido. Além disso, 25% desconhecem que o HPV é um dos principais causadores desse tipo de câncer.
Ainda, como principal motivo para não realização do exame papanicolau (popularmente conhecido como “preventivo”), as entrevistadas responderam que isso se dá porque o exame é desconfortável ou porque têm medo de sentir dor.
Essa ausência da busca pelo ginecologista reflete, portanto, em questões como maiores índices de contaminação por IST, gravidez indesejada (muitas vezes atrelada à falta de informação) e diagnóstico tardio de câncer de colo de útero.
Fontes: IUCR, Governo do Estado de São Paulo.