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Segundo informações da Agência Brasil, um estudo publicado na revista Lancet Psychiatry que contou com a participação de 230 mil pacientes, a maioria norte-americanos, apresentou um dado que chamou a atenção de médicos e cientistas: um em cada três sobreviventes da covid-19 foi diagnosticado com algum distúrbio cerebral ou psiquiátrico em até seis meses após a internação pela doença.
Os cientistas responsáveis pelo estudo afirmaram que ainda não está claro como o vírus é capaz de impactar a saúde mental dos pacientes. Entre os diagnósticos, foram detectados casos de 14 distúrbios, como ansiedade e depressão, além disso, algumas pessoas tiveram o desenvolvimento de derrame e demência, que estariam relacionados aos casos graves da doença.
“Nossos resultados indicam que doenças cerebrais e distúrbios psiquiátricos são mais comuns após a covid-19 do que após gripe ou outras infecções respiratórias”, explicou Maxime Taquet, psiquiatra da Universidade de Oxford, um dos coautores do estudo.
Transtornos mentais mais comuns após covid-19
Antes desse estudo ser publicado, outra pesquisa já havia detectado dados parecidos. Em 2020, os mesmos pesquisadores encontraram 20% dos sobreviventes do novo coronavírus com o desenvolvimento de algum problema psiquiátrico após três meses da alta de internação.
Sendo que, entre os distúrbios mentais mais comuns, pode-se citar: 17% com ansiedade e 14% com distúrbios de humor. Nos casos em que os pacientes foram internados em um tratamento intensivo devido à gravidade da situação, 7% tiveram derrame e 2% apresentaram demência.
“Embora os riscos individuais para a maioria dos distúrbios tenham sido pequenos, o efeito para toda a população pode ser substancial”, disse o professor de Psiquiatria Paul Harrison, de Oxford, que participou do estudo.
Doenças neurológicas no Brasil pioraram durante a pandemia
O Instituto Ipsos realizou uma pesquisa sobre o impacto da covid-19 na saúde mental dos brasileiros. Segundo a BBC, a saúde mental da população piorou 53% durante a pandemia, ou seja, mais da metade entrevistada apresentou algum problema, destacando-se em um índice superior à média de 30 países que participaram da pesquisa.
“A gente já havia percebido isso em outra pesquisa global que fizemos em março do ano passado, quando 41% dos brasileiros relataram ter sintomas como ansiedade, insônia ou depressão já por consequência da pandemia”, disse à BBC a gerente de pesquisas digitais do Ipsos, Helena Junqueira.
Fonte: Agência Brasil, BBC.