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Pesquisas podem ajudar a erradicar câncer de colo de útero

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Uma parceria entre o Hospital Moinhos de Vento (RS) e a Agência Internacional de Pesquisa Contra o Câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS), utilizará dados de três pesquisas sobre papilomavírus humano (HPV) realizadas pelo instituição para determinar como e quando o Brasil conseguirá erradicar o câncer de colo de útero. A eliminação da doença é uma meta estabelecida pela OMS em 2020.

O hospital realiza estudos sobre o HPV desde 2015 por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde. Para atingir a meta da OMS, um dos estudos utilizados será o POP-Brasil, que avalia classe, etnia e idade das pessoas com HPV e o impacto da vacinação.

“Resultados como esse são importantes para direcionar ações em saúde, sendo fundamental que campanhas de prevenção consigam atingir todas as classes sociais e raças”, afirma, em notícia oficial do Hospital Moinhos de Vento, a médica epidemiologista Eliana Wendland, técnica do projeto.

Além do POP-Brasil, serão levados em conta os projetos SMESH, que avalia se populações de alto risco têm maior tendência a câncer de colo de útero, e STOP-HPV, que analisa se câncer na cabeça ou no pescoço têm relação com o HPV.

Um grande passo para o Brasil

Dados de pesquisa serão utilizados para construir modelo preditivo de erradicação do câncer de colo de útero. (Fonte: C Technical/Pexels)

Segundo Luis Eduardo Mariath, superintendente de Responsabilidade Social do Moinhos, o trabalho realizado em parceria com a OMS é importante para que o Brasil consiga eliminar os casos de câncer de colo de útero. “Nenhuma outra nação da América Latina tem essa mesma quantidade e qualidade de dados sobre o HPV. Com essa parceria, estamos dando um grande passo para estabelecer caminhos em direção de cumprir as metas da OMS”, disse ele em notícia oficial.

Os estudos serão utilizados como modelo para a América Latina, e todo o projeto conta com a participação do Instituto Catalão de Oncologia em Barcelona (Espanha).

O câncer de colo de útero

A doença é caracterizada pela replicação desordenada de células na parte inferior do útero que acarretam tumores causados pelo HPV. Pacientes podem ser assintomáticas ou ter sangramento vaginal, secreção anormal e dores abdominais.

Segundo dados atualizados em 2021 pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), são registrados cerca de 570 mil novos casos da doença no mundo, definindo o quarto tipo de câncer mais comum entre mulheres, responsável por 311 mil mortes todos os anos.

Dados de 1980 a 2019 mostram que a Região Norte do Brasil tem mais mortes por HPV. (Fonte: Inca/Reprodução)

De acordo com dados do Inca de 1980 a 2019, a Região Norte do Brasil é a que mais sofre com mortes por câncer de colo de útero, sendo a primeira causa de óbito por câncer em mulheres.

As metas da OMS

Ao observar o número de casos da doença no mundo, a OMS definiu metas para que os países eliminem o câncer de colo de útero até 2030 com vacinação contra o HPV, tratamento de lesões cancerígenas e manejo do câncer cervical invasivo. O objetivo é que 90% das meninas de até 15 anos de idade sejam imunizadas e 90% das mulheres com a doença recebam o tratamento adequado.

Além disso, a OMS prevê que a taxa médica dos casos pode ser reduzida para 10% em 2030 e que 70 milhões de casos e 62 milhões de mortes podem ser evitados até 2120.

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Fontes: INCA, Hospital Moinho de Vento, OMS.

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