A discussão sobre hábitos alimentares saudáveis tem ganhado cada vez mais relevância. Nas últimas décadas, o consumo de alimentos ultraprocessados e dietas com gordura, açúcar e sódio em excesso fizeram com que a obesidade e outras doenças associadas a distúrbios alimentares se tornassem cada vez mais comuns.
Porém, existe outro lado da nutrição que muitas vezes acaba sendo negligenciado: a saúde mental.
Alguns estudos já mostraram que uma alimentação correta pode melhorar o desempenho cerebral. Agora, outros trabalhos mais recentes observaram que existem alimentos específicos que têm um impacto ainda maior em determinadas fases da vida e do desenvolvimento cognitivo.
Neste artigo, vamos explicar os pontos mais importantes, desde a gestação até a fase idosa. Veja a seguir.
Gestação
O processo de desenvolvimento cerebral de uma pessoa começa logo nas primeiras semanas dentro da barriga da mãe, mais especificamente a partir do 18º dia de vida. E um dos componentes principais para que tudo ocorra bem nesse processo é o iodo.
Segundo especialistas, esse mineral é responsável por trazer informações celulares metabólicas e nutricionais fundamentais para o crescimento das células cerebrais.
Por isso, é importante que a mãe mantenha uma dieta com um nível de consumo adequado de iodo. Alguns elementos que podem ser utilizados são:
- peixes e frutos do mar cozidos;
- ovos;
- leites, queijos e outros derivados.
Infância
Durante a infância, o desenvolvimento cerebral continua a todo o vapor. Algumas conexões, como a memória, ficam mais complexas e demandam nutrientes específicos. Um dos mais importantes é o ácido graxo DHA.
Ele é um dos ácidos graxos encontrados no ômega-3 e tem efeitos benéficos para o cérebro em qualquer idade. Porém, algumas evidências mostram que ele é indispensável no desenvolvimento cerebral infantil.
Você pode encontrar o DHA nos seguintes alimentos:
- peixes gordurosos (salmão, sardinha, truta etc.);
- laticínios (leite e queijo);
- leguminosas ricas em ômega-3 (feijão e lentilha).
Além disso, existe um vilão a ser evitado: o açúcar.
O consumo exacerbado de açúcar por parte de crianças é um problema recorrente e pode fazer com que o desenvolvimento cerebral seja prejudicado. Estudos indicam que as calorias provenientes do açúcar devem corresponder a menos de 5% do consumo energético total durante a infância.
Vida adulta
Ao longo da vida adulta, é comum que o consumo de alimentos ultraprocessados aumente devido a rotinas mais corridas. A ingestão de álcool também aparece como um problema nessa fase da vida, assim como o uso de entorpecentes.
Evitar esses venenos para o cérebro já é um grande avanço. Porém, existem alguns alimentos que podem ajudar a potencializar a cognição e impedir que o cérebro definhe rapidamente. Alguns trabalhos científicos indicam que o cérebro começa a se deteriorar lentamente, em média, a partir dos 27 anos de idade.
Um alimento que merece atenção é o café. Existem indícios de que o consumo moderado dessa bebida pode gerar benefícios para o cérebro. Entretanto, o uso exagerado pode ser prejudicial e desencadear crises de ansiedade e perda de foco.
Alguns alimentos recomendados para essa faixa de idade são:
- frutas e vegetais;
- peixes (ricos em ômega-3) e carnes magras;
- leguminosas;
- café e chás (uso moderado).
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Fase idosa
Como dito antes, o cérebro tende a se degenerar lentamente ao longo da vida. Por isso, é importante que pessoas idosas mantenham uma atividade cerebral constante juntamente com uma alimentação adequada para evitar doenças como demência e mal de Parkinson.
Um estudo realizado no Japão mostrou que a incidência da doença de Alzheimer saltou de 1% para 8% entre 1985 e 2008, isso por conta das mudanças nos hábitos alimentares e ao aumento no consumo de comidas processadas.
Os melhores alimentos para essa faixa de idade são:
- peixes oleosos ricos em ômega-3;
- leguminosas;
- frutos silvestres;
- iogurtes.
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Fonte: Portal da Saúde, The Guardian, Estado de Minas, Tua Saúde, Awbic, Extra, NLM