O Brasil terá 109,5 milhões de doses de vacina contra o coronavírus para serem aplicadas em uma campanha nacional de imunização em 2021, segundo o Ministério da Saúde. As vacinas serão aplicadas em doses duplas. A quantidade será suficiente para 51 milhões de brasileiros que estão no grupo de risco e profissionais de áreas consideradas essenciais.
O plano, que será finalizado em dezembro de 2020, pode sofrer alterações a depender de novos acordos de aquisição de vacinas com outras farmacêuticas, após resultados dos estudos das vacinas candidatas e regulamentação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Plano de Imunização para 2021
De acordo com o Ministério da Saúde, a campanha será realizada em quatro fases principais — com início em março de 2021. As fases foram estabelecidas pela equipe técnica do MS e priorizam certos grupos, com base nas informações sobre nuances epidemiológicas da covid-19 entre os brasileiros, bem como comorbidades e dados populacionais.
Na primeira fase, serão vacinadas 14 milhões de pessoas durante cinco semanas. Entre elas, idosos com 75 anos ou mais, indígenas e profissionais de saúde, além de idosos acima de 60 anos que estejam em instituições de longa permanência, como asilos e instituições psiquiátricas. Para essa fase, a pasta estima a necessidade de 29,4 milhões de doses, considerando duas para cada pessoa e mais 5% de perda estimada.
Em um segundo momento, serão vacinados todos os brasileiros com mais de 60 anos. A imunização será realizada de forma escalonada dos mais velhos para os mais jovens. O primeiro grupo da segunda fase serão idosos entre 70 e 74 anos, seguidos pelas faixas etárias de 65 a 69 anos e 60 a 64. Serão cerca de 21 milhões de vacinados nesse grupo.
A terceira fase da campanha de vacinas contra o coronavírus imunizará 12,6 pessoas maiores de 18 anos com diabetes, hipertensão arterial, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, transplantados de órgãos sólidos, pacientes com anemia falciforme, câncer (com diagnóstico nos últimos cinco anos) e obesidade grave (IMC acima de 40).
A quarta e última fase deve abranger quatro milhões de professores, forças de segurança e salvamento, bem como funcionários do sistema prisional, além da população carcerária.
Vacinas disponíveis
Por enquanto, o governo federal afirma que 100,4 milhões de doses de imunizantes estão sendo desenvolvidas pelo acordo entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com a biofarmacêutica AstraZeneca e mais 42,5 milhões por meio da aliança global Covax Facility, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Ministério da Saúde informa, ainda, que em novembro sediou encontros para aproximação técnica e logística com representantes dos laboratórios que têm vacinas em estágio avançado de pesquisa clínica, como a Pfizer BioNTech, Moderna, Bharat Biotech (COVAXIN) e Instituto Gamaleya (Sputnik V).
Infraestrutura e insumos
O Ministério da Saúde informou que negocia aquisições de seringas e agulhas para atender à demanda para vacinação contra o coronavírus. O órgão afirma que encontra-se em andamento o processo de compra de 300 milhões de seringas e agulhas no mercado nacional para aplicação das doses, e outras 40 milhões no mercado internacional.
Em 2020, a pasta afirma ter investido mais de R$ 42 milhões para estruturação da rede de frio que armazena as doses do Programa Nacional de Imunização (PNI) e que hoje atende na faixa de temperatura preconizada de 2ºC a 8ºC para todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, com exceção da Vacina Oral de poliomielite, armazenada a -20ºC na instância nacional.
O recurso foi utilizado para a compra de câmaras refrigeradas, computadores e novos aparelhos de ar-condicionado, que também servirão para atender a vacina contra a covid-19.
Em novembro, o Ministério realizou um workshop junto às Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde a fim de preparar a rede de frio nacional para introdução das doses contra a covid-19. Atualmente, o Brasil possui 38 mil salas de vacinação espalhadas por todo o país.
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Fonte: Ministério da Saúde, Estadão.