Brasil estabelece plano para vacinação contra coronavírus

18 de dezembro de 2020 4 mins. de leitura
Apenas pessoas no grupo de risco e trabalhadores considerados de áreas essenciais serão vacinados em 2021, de acordo com o Ministério da Saúde

O Brasil terá 109,5 milhões de doses de vacina contra o coronavírus para serem aplicadas em uma campanha nacional de imunização em 2021, segundo o Ministério da Saúde. As vacinas serão aplicadas em doses duplas. A quantidade será suficiente para 51 milhões de brasileiros que estão no grupo de risco e profissionais de áreas consideradas essenciais.

O plano, que será finalizado em dezembro de 2020, pode sofrer alterações a depender de novos acordos de aquisição de vacinas com outras farmacêuticas, após resultados dos estudos das vacinas candidatas e regulamentação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Plano de Imunização para 2021

51 milhões de brasileiros devem ser imunizados em 2021, de acordo com plano divulgado pelo Ministério da Saúde. (Fonte: Shutterstock)
51 milhões de brasileiros devem ser imunizados em 2021, de acordo com plano divulgado pelo Ministério da Saúde. (Fonte: Shutterstock)

De acordo com o Ministério da Saúde, a campanha será realizada em quatro fases principais — com início em março de 2021. As fases foram estabelecidas pela equipe técnica do MS e priorizam certos grupos, com base nas informações sobre nuances epidemiológicas da covid-19 entre os brasileiros, bem como comorbidades e dados populacionais.

Na primeira fase, serão vacinadas 14 milhões de pessoas durante cinco semanas. Entre elas, idosos com 75 anos ou mais, indígenas e profissionais de saúde, além de idosos acima de 60 anos que estejam em instituições de longa permanência, como asilos e instituições psiquiátricas. Para essa fase, a pasta estima a necessidade de 29,4 milhões de doses, considerando duas para cada pessoa e mais 5% de perda estimada.

Em um segundo momento, serão vacinados todos os brasileiros com mais de 60 anos. A imunização será realizada de forma escalonada dos mais velhos para os mais jovens. O primeiro grupo da segunda fase serão idosos entre 70 e 74 anos, seguidos pelas faixas etárias de 65 a 69 anos e 60 a 64. Serão cerca de 21 milhões de vacinados nesse grupo.

A terceira fase da campanha de vacinas contra o coronavírus imunizará 12,6 pessoas maiores de 18 anos com diabetes, hipertensão arterial, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, transplantados de órgãos sólidos, pacientes com anemia falciforme, câncer (com diagnóstico nos últimos cinco anos) e obesidade grave (IMC acima de 40).

A quarta e última fase deve abranger quatro milhões de professores, forças de segurança e salvamento, bem como funcionários do sistema prisional, além da população carcerária.

Vacinas disponíveis

Por enquanto, o governo federal afirma que 100,4 milhões de doses de imunizantes estão sendo desenvolvidas pelo acordo entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com a biofarmacêutica AstraZeneca e mais 42,5 milhões por meio da aliança global Covax Facility, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Ministério da Saúde informa, ainda, que em novembro sediou encontros para aproximação técnica e logística com representantes dos laboratórios que têm vacinas em estágio avançado de pesquisa clínica, como a Pfizer BioNTech, Moderna, Bharat Biotech (COVAXIN) e Instituto Gamaleya (Sputnik V).

Infraestrutura e insumos

Vacinas precisam de equipamentos de refrigeração para manter eficácia de imunização. (Fonte: Shutterstock)
Vacinas precisam de equipamentos de refrigeração para manter eficácia de imunização. (Fonte: Shutterstock)

O Ministério da Saúde informou que negocia aquisições de seringas e agulhas para atender à demanda para vacinação contra o coronavírus. O órgão afirma que encontra-se em andamento o processo de compra de 300 milhões de seringas e agulhas no mercado nacional para aplicação das doses, e outras 40 milhões no mercado internacional.

Em 2020, a pasta afirma ter investido mais de R$ 42 milhões para estruturação da rede de frio que armazena as doses do Programa Nacional de Imunização (PNI) e que hoje atende na faixa de temperatura preconizada de 2ºC a 8ºC para todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, com exceção da Vacina Oral de poliomielite, armazenada a -20ºC na instância nacional.

O recurso foi utilizado para a compra de câmaras refrigeradas, computadores e novos aparelhos de ar-condicionado, que também servirão para atender a vacina contra a covid-19.

Em novembro, o Ministério realizou um workshop junto às Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde a fim de preparar a rede de frio nacional para introdução das doses contra a covid-19. Atualmente, o Brasil possui 38 mil salas de vacinação espalhadas por todo o país.

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Fonte: Ministério da Saúde, Estadão.

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