Conheça o maior e mais importante evento do setor de saúde do Brasil.
Em uma pesquisa israelense, está sendo desenvolvido um marcador radioativo de hipóxia, fenômeno de falta de oxigênio nas células, que pode ser capaz de eliminar a necessidade de biópsia para o diagnóstico de casos de câncer. O estudo utiliza o isótopo de cobre 64 para identificar células deficientes em oxigênio.
De acordo com o estudo, a concentração de oxigênio na célula está relacionada diretamente à agressividade dos tumores cancerígenos. Dessa forma, o marcador radioativo de hipóxia poderá determinar, por meio de uma única imagem, se o tumor é maligno ou benigno e o quão agressivo ele é.
O desenvolvimento de um mecanismo eficaz é um desafio científico que requer um grupo multidisciplinar com capacidades biológicas, químicas e métodos biofísicos para a compreensão em nível molecular dos processos envolvidos.
Desenvolvimento da pesquisa
Os pesquisadores começaram a investigar agentes radiomarcadores à base de metal, por conta do potencial dos íons metálicos de sofrerem reações de redução de oxidação. O cobre acabou sendo escolhido por apresentar as seguintes vantagens:
- o tempo de meia-vida (12,8 horas) não é muito longo para a exposição do paciente, mas é o suficiente para o manuseio do rádio composto para imagens;
- é altamente sensível à pressão do oxigênio;
- tem uma alta taxa de absorção devido à combinação de seu pequeno peso molecular e à alta permeabilidade da membrana celular.
O estudo está sendo desenvolvido por meio de uma colaboração entre a Universidade Bar-Ilan e a Isotopia Molecular Imaging Ltd., empresa especializada em medicina nuclear, como parte do Programa Magneton da Autoridade de Inovação, que incentiva a transferência do conhecimento tecnológico da academia para o uso industrial.
Os pesquisadores já solicitaram o registro da patente comercial da inovação. No entanto, a aplicação prática depende ainda de uma compreensão melhor dos processos químicos e biológicos de desenvolvimento do marcador.
Marcadores radioativos na Medicina
Os agentes marcadores radioativos contêm substâncias que emitem radiação ionizante e são usados no campo da imagem nuclear para diagnosticar e tratar doenças. Eles são incorporados ou metabolizados pelo organismo, permitindo fácil detecção e medição, sem grandes perigos para a saúde humana.
Na Medicina, a tecnologia é aplicada no diagnóstico e no tratamento de doenças, de forma indolor e sem a necessidade de internação. Entre os elementos mais comuns utilizados, estão:
- iodo 131, que serve para a avaliação de tireoide e o combate a lesões na glândula;
- flúor 18, aplicado em tomografias;
- tecnécio 99, usado na cintilografia e na identificação de infarto do miocárdio.
Nos tratamentos de câncer, o cobalto-60 e o césio 137 podem ser aplicados por meio de radioterapia para combater diversos tumores, e a aplicação de doses de samário 153 podem ajudar a reduzir a dor de pacientes com metástase nos ossos.
Fonte: Eureka Alert, Universidade de Bar-Ilan, Telemedicina Morsch, Justia Patents.