Marcador pode diagnosticar câncer sem biópsia

26 de maio de 2021 3 mins. de leitura
Pesquisadores desenvolvem um marcador radioativo capaz de detectar tumores pequenos e agressivos

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Em uma pesquisa israelense, está sendo desenvolvido um marcador radioativo de hipóxia, fenômeno de falta de oxigênio nas células, que pode ser capaz de eliminar a necessidade de biópsia para o diagnóstico de casos de câncer. O estudo utiliza o isótopo de cobre 64 para identificar células deficientes em oxigênio.

De acordo com o estudo, a concentração de oxigênio na célula está relacionada diretamente à agressividade dos tumores cancerígenos. Dessa forma, o marcador radioativo de hipóxia poderá determinar, por meio de uma única imagem, se o tumor é maligno ou benigno e o quão agressivo ele é.

O desenvolvimento de um mecanismo eficaz é um desafio científico que requer um grupo multidisciplinar com capacidades biológicas, químicas e métodos biofísicos para a compreensão em nível molecular dos processos envolvidos.

Desenvolvimento da pesquisa

O cobre apresenta vantagens em comparação a outras substâncias. (Fonte: Shutterstock/RHJPhtotoandilustration/Reprodução)
O cobre apresenta vantagens em comparação a outras substâncias. (Fonte: Shutterstock/RHJPhtotoandilustration/Reprodução)

Os pesquisadores começaram a investigar agentes radiomarcadores à base de metal, por conta do potencial dos íons metálicos de sofrerem reações de redução de oxidação. O cobre acabou sendo escolhido por apresentar as seguintes vantagens:

  • o tempo de meia-vida (12,8 horas) não é muito longo para a exposição do paciente, mas é o suficiente para o manuseio do rádio composto para imagens;
  • é altamente sensível à pressão do oxigênio;
  • tem uma alta taxa de absorção devido à combinação de seu pequeno peso molecular e à alta permeabilidade da membrana celular.

O estudo está sendo desenvolvido por meio de uma colaboração entre a Universidade Bar-Ilan e a Isotopia Molecular Imaging Ltd., empresa especializada em medicina nuclear, como parte do Programa Magneton da Autoridade de Inovação, que incentiva a transferência do conhecimento tecnológico da academia para o uso industrial.

Os pesquisadores já solicitaram o registro da patente comercial da inovação. No entanto, a aplicação prática depende ainda de uma compreensão melhor dos processos químicos e biológicos de desenvolvimento do marcador.

Marcadores radioativos na Medicina

A tomografia é um dos exemplos de aplicação de elementos radioativos na Medicina. (Fonte: Shutterstock/Roman Zaiets/Reprodução)
A tomografia é um dos exemplos de aplicação de elementos radioativos na Medicina. (Fonte: Shutterstock/Roman Zaiets/Reprodução)

Os agentes marcadores radioativos contêm substâncias que emitem radiação ionizante e são usados no campo da imagem nuclear para diagnosticar e tratar doenças. Eles são incorporados ou metabolizados pelo organismo, permitindo fácil detecção e medição, sem grandes perigos para a saúde humana.

Na Medicina, a tecnologia é aplicada no diagnóstico e no tratamento de doenças, de forma indolor e sem a necessidade de internação. Entre os elementos mais comuns utilizados, estão: 

  • iodo 131, que serve para a avaliação de tireoide e o combate a lesões na glândula; 
  • flúor 18, aplicado em tomografias;
  • tecnécio 99, usado na cintilografia e na identificação de infarto do miocárdio.

Nos tratamentos de câncer, o cobalto-60 e o césio 137 podem ser aplicados por meio de radioterapia para combater diversos tumores, e a aplicação de doses de samário 153 podem ajudar a reduzir a dor de pacientes com metástase nos ossos.

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Fonte: Eureka Alert, Universidade de Bar-Ilan, Telemedicina Morsch, Justia Patents.

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