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Covid-19: vacinação zera mortes em mais de 30% das cidades

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Segundo os dados organizados pelo pesquisador Wesley Cota, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), 1.750 municípios não tiveram notificações de óbitos por covid-19 em julho. O número é o maior desde fevereiro, quando mais de 2 mil cidades não registraram mortes; a maior parte das localidades nessa situação tem menos de 10 mil habitantes.

A cidade mais populosa sem mortes em julho é Coari (AM), com 85.910 habitantes. Além dos locais que não têm registrado óbitos, os dados apontam que 63% dos municípios tiveram queda na média diária de mortes em julho, se comparado ao mês de junho. Esse é o maior percentual desde o início da pandemia. 

Queda do número de óbitos

O início da vacinação também foi responsável por reduzir o número de internações. Em um levantamento da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) e pela Universidade Federal do Ceará (FC), observou-se que a vacinação entre os idosos reduziu os óbitos em 99% e as internações em 98%, mostrando a eficácia da imunização, especialmente nesse grupo. O estudo foi realizado entre janeiro e abril de 2021 em pessoas acima de 75 anos que receberam a vacina na primeira oferta. 

Segundo o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), como o País não adotou outras medidas de restrição nacional para conter a circulação do vírus, as quedas se devem ao avanço da imunização. 

Apenas Acre, Mato Grosso do Sul e Amazonas apresentam sinal de crescimento de mortes na tendência de longo prazo. (Fonte: Pixabay/fernandozhiminaicela/Reprodução)

Quanto às localidades que não apresentam mortes, as pequenas têm maior probabilidade de menos óbitos justamente por terem população menor; além disso, têm alcançado a cobertura de duas doses mais rapidamente que as maiores. Assim, com grande parte da população totalmente vacinada, há uma queda na contaminação e, consequentemente, no número de pessoas doentes, reduzindo internações e óbitos.

Taxa de transmissão e eficácia das vacinas

Todas as vacinas em aplicação no País são eficazes contra a hospitalização e a versão mais grave da doença. Esse cenário pode ser validado com as quedas das taxas de ocupação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Em maio de 2020, a taxa de transmissão chegou a 1,31, o que significa que a cada 100 pessoas contaminadas a transmissão ocorria para 131 indivíduos. Nesta semana, a taxa se encontra em 0,90, em que 100 infectados passam a doença para 90 pessoas saudáveis.

O avanço da vacinação e variante gama (P.1.) podem estar barrando a disseminação da delta no País. (Fonte: Freepik/DCStudio/Reprodução)

Apesar do otimismo com os números, o cenário é mais complexo em cidades com mais de 100 mil habitantes e taxas baixas de segunda dose. A variante delta, que já chegou ao Brasil, tem transmissibilidade 97% maior que a cepa original do coronavírus, que teve início na China.

Os dados são de um estudo realizado por pesquisadores ligados à Organização Mundial da Saúde (OMS) e ao Imperial College. Portanto, a nova variante pode ser responsável pela retomada do aumento de óbitos, dependendo do andamento da imunização no País. 

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Fonte: Jornal do Comércio.

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