O Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de casos de hanseníase, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em média, o país enfrenta cerca de 30 mil novos casos da doença todos os anos. Entretanto, esse é um problema ainda muito estigmatizado pela sociedade e ainda desperta muitas dúvidas entre os brasileiros.
Por isso, janeiro celebra o Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase no último domingo do mês. O objetivo dessa data é trazer mais informações sobre essa enfermidade que afeta tantas pessoas todos os anos e pode ser amenizada por meio da prevenção e do tratamento precoce.
Entendendo a hanseníase
Antigamente conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa crônica gerada pela bactéria Mycobacterium leprae — ou bacilo de Hansen. A doença provocada pela bactéria identificada pelo cientista Armauer Hansen, em 1873, tem cura, mas depende de um tratamento precoce para reduzir as chances de oferecer sequelas.
A propagação dela ocorre por meio da convivência muito próxima, e por períodos prolongados, de uma pessoa portadora da forma transmissora da bactéria, a qual se espalha por gotículas de saliva ou secreções no nariz. Dessa forma, o contato com a pele de um indivíduo que sofre de hanseníase por si só não espalha a doença.
Sintomas
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), 90% das pessoas apresentam defesa contra a hanseníase, além do fato de que a doença se manifesta de maneiras diferentes dependendo da genética de cada cidadão. Porém, os sintomas mais comuns são os seguintes:
- dores locais — em articulações, pés ou olhos;
- problemas na pele — bolhas, erupções, nódulos, perda de cor ou vermelhidão, úlceras;
- sensorial — formigamento, perda de sensibilidade no tato ou da sensação de temperatura;
- diversos — deformidade física, irritação nos olhos, lesões nos nervos ou perda de peso.
Prevenção
As suspeitas de hanseníase podem ser levantadas pela equipe médica ou até mesmo pelo próprio paciente, mas é essencial que a pessoa procure acompanhamento dermatológico após o surgimento de algum sintoma para tentar prevenir quadros severos.
Utilizando testes de sensibilidade, palpação de nervos e avaliação da forma motora, a equipe médica pode fazer uma avaliação dermatoneurológica completa do indivíduo e encaminhá-lo para tratamento.
Tratamento para hanseníase
A hanseníase é uma das doenças mais antigas conhecidas pela Ciência, com registros de casos há mais de 4 mil anos na China, no Egito e na Índia. Segundo o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, a falta de conhecimento sobre essa patologia fez que todos os portadores da doença fossem excluídos da sociedade até a década de 1970 e tivessem suas vidas condenadas ao confinamento em colônias.
Apesar de todo o seu passado obscuro, a hanseníase é uma doença muito mais simples do que parece e hoje tem tratamento gratuito fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tempo necessário de cuidados varia de seis meses a um ano, dependendo se a enfermidade é paucibacilares ou multibacilares.
Além das medicações serem cientificamente eficazes e curarem as pessoas com a doença, as primeiras doses já são suficientes para impedir a transmissão da hanseníase durante todo o processo de tratamento. Dessa forma, não há qualquer fator que impeça os portadores da bactéria de conviverem normalmente em meio à sociedade.
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Fontes: SBD, Agência Brasil, Bio Em Foco, Brasa.