Hanseníase: o que é e de que modo tratá-la?

11 de fevereiro de 2021 4 mins. de leitura
Antigamente conhecida como “lepra”, a hanseníase é uma doença infecciosa crônica que causa lesões na pele e danos nos nervos

O Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de casos de hanseníase, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em média, o país enfrenta cerca de 30 mil novos casos da doença todos os anos. Entretanto, esse é um problema ainda muito estigmatizado pela sociedade e ainda desperta muitas dúvidas entre os brasileiros.

Por isso, janeiro celebra o Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase no último domingo do mês. O objetivo dessa data é trazer mais informações sobre essa enfermidade que afeta tantas pessoas todos os anos e pode ser amenizada por meio da prevenção e do tratamento precoce.

Entendendo a hanseníase

Hanseníase é o resultado de indivíduos portadores da bactéria Mycobacterium leprae. (Fonte: Shutterstock)
Hanseníase é o resultado de indivíduos portadores da bactéria Mycobacterium leprae. (Fonte: Shutterstock)

Antigamente conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa crônica gerada pela bactéria Mycobacterium leprae — ou bacilo de Hansen. A doença provocada pela bactéria identificada pelo cientista Armauer Hansen, em 1873, tem cura, mas depende de um tratamento precoce para reduzir as chances de oferecer sequelas.

A propagação dela ocorre por meio da convivência muito próxima, e por períodos prolongados, de uma pessoa portadora da forma transmissora da bactéria, a qual se espalha por gotículas de saliva ou secreções no nariz. Dessa forma, o contato com a pele de um indivíduo que sofre de hanseníase por si só não espalha a doença.

Sintomas

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), 90% das pessoas apresentam defesa contra a hanseníase, além do fato de que a doença se manifesta de maneiras diferentes dependendo da genética de cada cidadão. Porém, os sintomas mais comuns são os seguintes:

  • dores locais — em articulações, pés ou olhos;
  • problemas na pele — bolhas, erupções, nódulos, perda de cor ou vermelhidão, úlceras;
  • sensorial — formigamento, perda de sensibilidade no tato ou da sensação de temperatura;
  • diversos — deformidade física, irritação nos olhos, lesões nos nervos ou perda de peso.

Prevenção

As suspeitas de hanseníase podem ser levantadas pela equipe médica ou até mesmo pelo próprio paciente, mas é essencial que a pessoa procure acompanhamento dermatológico após o surgimento de algum sintoma para tentar prevenir quadros severos.

Utilizando testes de sensibilidade, palpação de nervos e avaliação da forma motora, a equipe médica pode fazer uma avaliação dermatoneurológica completa do indivíduo e encaminhá-lo para tratamento. 

Tratamento para hanseníase

Perda de coloração na pele pode ser um sintoma de hanseníase. (Fonte: Shutterstock)
Perda de coloração na pele pode ser um sintoma de hanseníase. (Fonte: Shutterstock)

A hanseníase é uma das doenças mais antigas conhecidas pela Ciência, com registros de casos há mais de 4 mil anos na China, no Egito e na Índia. Segundo o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, a falta de conhecimento sobre essa patologia fez que todos os portadores da doença fossem excluídos da sociedade até a década de 1970 e tivessem suas vidas condenadas ao confinamento em colônias.

Apesar de todo o seu passado obscuro, a hanseníase é uma doença muito mais simples do que parece e hoje tem tratamento gratuito fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tempo necessário de cuidados varia de seis meses a um ano, dependendo se a enfermidade é paucibacilares ou multibacilares.

Além das medicações serem cientificamente eficazes e curarem as pessoas com a doença, as primeiras doses já são suficientes para impedir a transmissão da hanseníase durante todo o processo de tratamento. Dessa forma, não há qualquer fator que impeça os portadores da bactéria de conviverem normalmente em meio à sociedade.

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Fontes: SBD, Agência Brasil, Bio Em Foco, Brasa.

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