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Que fumar cigarro faz mal, a maioria das pessoas já sabe. Agora, um novo estudo mostrou que os impactos do tabagismo podem ser ainda mais graves ao corpo, deixando o coração mais fraco e prejudicando toda a função do órgão.
O trabalho resolveu investigar se o tabagismo estava relacionado a alterações na estrutura e na função do coração em pessoas sem doença prévia, além do efeito da interrupção do hábito de fumar.
Segundo os pesquisadores, quanto mais as pessoas fumam, pior se torna a função cardíaca. Com isso, os tabagistas apresentam um volume menor de sangue na câmara esquerda do coração e menos poder para bombeá-lo ao resto do corpo.
“O coração pode se recuperar até certo ponto com a cessação do tabagismo, então nunca é tarde demais para parar”, disse Eva Holt, autora do estudo do Hospital Herlev e Gentofte, em Copenhague (Dinamarca), em comunicado à imprensa.
A pesquisa, divulgada durante o Congresso Europeu de Cardiologia, realizado em Barcelona (Espanha), utilizou informações de um banco de dados de Copenhague. No estudo, foram analisados fatores de risco e doenças cardiovasculares.
Como o estudo foi feito
Os cientistas incluíram 3.874 participantes com idades entre 20 anos e 99 anos sem doença cardíaca. Um questionário foi utilizado para obter informações sobre o histórico de tabagismo e estimar o número de anos-maço (número de cigarros fumados ao longo da vida). Por exemplo: um ano-maço é definido como 20 cigarros fumados todos os dias, durante um ano.
Depois, as pessoas fizeram uma ecocardiografia, que é a ultrassonografia do coração, mostrando informações da estrutura e do funcionamento do órgão. Os pesquisadores, então, compararam as medidas de fumantes atuais e de nunca fumantes — ajustando idade, sexo, índice de massa corporal (IMC), hipertensão, colesterol alto, diabete e função pulmonar.
A idade média dos participantes foi de 56 anos, sendo que 43% eram mulheres. Quase um em cada cinco participantes era fumante atual (18,6%), enquanto 40,9% eram ex-fumantes e 40,5% nunca fumaram.
Em comparação com os que nunca fumaram, os fumantes atuais apresentavam corações mais espessos (grossos), mais fracos e mais pesados. O aumento de anos-maço foi associado ao menor bombeamento de sangue.
“Nosso estudo indica que fumar não só danifica os vasos sanguíneos, mas também prejudica diretamente o coração. A boa notícia é que alguns dos danos são reversíveis ao desistir”, explicou a autora do estudo.
Tabagismo é problema de saúde pública
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a epidemia de tabaco é uma das maiores ameaças à saúde pública que o mundo já enfrentou, sendo responsável pela morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano.
Além disso, o tabagismo é responsável por 50% de todas as mortes evitáveis em fumantes, sendo metade delas devido a doenças cardiovasculares, como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC). Há ainda outros riscos à saúde causados pelo uso contínuo do cigarro, são eles:
- câncer (de todos os tipos);
- doenças e/ou infecções respiratórias, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou enfisema pulmonar, bronquite, pneumonia e tuberculose;
- impotência sexual;
- infertilidade (homens e mulheres);
- catarata;
- osteoporose.
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Fonte: OPAS, Congresso Europeu de Cardiologia, Inca/Ministério da Saúde.