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Os medicamentos fitoterápicos são substâncias produzidas a partir de plantas medicinais ou vegetais para a obtenção de ação terapêutica. Seu uso, apesar de ser muito comum, deve ser feito com cautela.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 80% da população de países em desenvolvimento utilizam práticas tradicionais no cuidado com a saúde. Apesar disso, algumas plantas medicinais não têm eficiência nem segurança comprovadas, por isso é importante estar atento e buscar informações confiáveis antes de utilizar qualquer produto.
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Para que serve a identificação botânica?
Tem como principal objetivo classificar e identificar as espécies de cada planta. Em alguns casos, um nome popular de uma planta pode englobar várias espécies, e isso pode se tornar um problema caso a pessoa utilize a planta incorreta para o consumo.
Ao se tratar de plantas medicinais, é importante conhecer as espécies, bem como as características e as particularidades delas. É recomendado utilizar a nomenclatura científica para se referir a determinada espécie, dessa forma sua identificação se torna mais segura.
Quais são os efeitos colaterais?
O uso indiscriminado de plantas medicinais pode esconder alguns perigos. Em uma revisão bibliográfica intitulada Uso indiscriminado de plantas medicinais como recursos terapêuticos, César Medeiros e seus colaboradores constataram que diversas espécies produzem substâncias para se defender de predadores. Algumas delas são: glicosídeos cianogênicos, proteínas tóxicas e alcaloides. A ingestão desses elementos por humanos pode levar a sérios efeitos adversos.
O uso indevido ou incorreto de plantas medicinais poder ser fatal para alguns pacientes. Idosos, crianças, pessoas com doenças crônicas e grávidas podem estar mais vulneráveis aos efeitos desse tipo de medicamento.
Os efeitos colaterais podem ser sentidos de forma imediata ou a longo prazo. No caso das gestantes, pode haver aumento no risco de aborto, má-formação do bebê e alterações na produção de hormônios.
Segundo Fábio Markendorf, fiscal do Departamento de Vigilância Sanitária em entrevista para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), o uso de plantas que não têm efeito terapêutico pode agravar o quadro de saúde do indivíduo.
A utilização de compostos com a finalidade do restabelecimento da saúde deve ser sempre orientada por um profissional. Markendorf ainda afirma que, para adquirir produtos fitoterápicos, deve-se procurar farmácias que sejam autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Consumo de plantas e chás
Algumas plantas utilizadas como medicamentos ou na culinária já foram identificadas como perigosas para a saúde humana. Os óleos de sassafrás, salsa e estragão, o funcho, o cerefólio e a alfavaca-cheirosa são tóxicas para o fígado quando utilizadas por um longo período.
Além disso, alguns chás, quando consumidos em doses excessivas, podem afetar a saúde do coração, causar alterações hormonais, ter efeitos alérgicos ou irritantes e purgativos. Diversas substâncias encontradas em plantas medicinais são abortivas, portanto gestantes não devem fazer o uso da automedicação por meio da fitoterapia.
Os compostos presentes nas plantas podem causar interação com outros medicamentos tradicionais. Um exemplo é a ação de compostos como a cumarina (metabólito secundário encontrado em plantas como guaco e erva-doce) no tempo de coagulação sanguínea.
A cumarina é amplamente utilizada na indústria de cosméticos e chegou a ser usada na alimentícia, mas o emprego foi suspenso após a descoberta de possíveis toxicidades. Outro exemplo são plantas com ação diurética que podem ter efeitos no tratamento de cardiopatias.
Fitoterapia e o uso correto das plantas medicinais
O Ministério da Saúde afirma que as plantas medicinais têm um papel importante no desenvolvimento de medicamentos e na pesquisa na área de Farmácia.
Uma pesquisa realizada em 2001 mostra que 40% dos medicamentos foram desenvolvidos, direta ou indiretamente, a partir de recursos naturais. A fitoterapia é reconhecida pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), o qual afirma que o uso correto dessa prática pode auxiliar no combate de doenças de diversas causas, como alergias, infecções, traumas e disfunções metabólicas.
Para que os fitoterápicos sejam comercializados, é preciso comprovar que o produto é seguro, tem qualidade e eficiência. A qualidade pode ser obtida controlando fatores como: época de colheita, parte da planta utilizada, tipo de armazenamento e contaminação microbiana.
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Fonte: Editora Realize, Secretária de Educação do Paraná, Ministério da Saúde, Conselho Federal de Farmácia, CRF SP, Universidade Federal da Paraíba, Fapeam.