A busca pelo emagrecimento é uma preocupação recorrente na sociedade moderna, levando muitas pessoas a buscarem soluções rápidas e aparentemente fáceis, como o uso de injeção para emagrecer. Entretanto, sem a devida indicação médica, esse tipo de prática aumenta o risco de efeitos colaterais indesejados.
Atualmente, existem no mercado brasileiro três medicamentos injetáveis utilizados para a perda de peso: liraglutida, semaglutida e dulaglutida. Dentre esses, “a única que tem indicação de uso em bula para a perda de peso é a liraglutida”, explica o endocrinologista Dr. Igor Barcelos.
Destinada ao tratamento de diabete, a semaglutida vinha sendo usada off label e teve a aprovação recente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para obesidade, em uma dose mais forte.
Como essas substâncias para emagrecer atuam no metabolismo?
A injeção para emagrecer contém substâncias que retardam o trânsito intestinal e o esvaziamento gástrico, proporcionando uma sensação de saciedade. “Os medicamentos agem no sistema nervoso central, aumentando a sensação de recompensa em relação à comida e diminuindo a motivação para consumir alimentos ricos em carboidratos”, explica Bastos.
Os medicamentos injetáveis para emagrecimento também contribuem para a redução da resistência à insulina, promovendo um ambiente metabólico mais propício ao emagrecimento. No hipotálamo, agem elevando a taxa metabólica basal, o que resulta em uma maior queima de gordura.
Leia também:
- Quais são os riscos causados pelo sedentarismo?
- Jantar tarde pode resultar em maior ganho de peso
- Quanto tempo leva para perder peso com saúde?
Quando a injeção para emagrecer é recomendada?
A injeção para emagrecer é recomendada apenas em casos específicos. “É indicada para pacientes com obesidade, ou seja, aqueles que apresentam um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30, ou para pacientes com sobrepeso e IMC igual ou superior a 27, desde que haja doenças relacionadas ao excesso de peso”, orienta o endocrinologista.
Assim como qualquer medicamento, essas injeções para emagrecer provocam efeitos colaterais que devem ser considerados. Os principais são náusea, vômito, constipação intestinal e sensação de fraqueza ou fadiga, além da formação de pedras na vesícula, quadro possível em qualquer processo de perda rápida de peso.
Quais são os perigos de usar o medicamento sem prescrição médica?
Utilizar a injeção para emagrecer sem a devida prescrição médica traz uma série de perigos. Além da possibilidade de indicação incorreta, com a medicação sendo utilizada em pacientes que não terão resultados satisfatórios, existem riscos mais graves.
“Vômitos intensos podem levar à desidratação e resultar em lesão renal aguda”, alerta o médico. Também pode haver constipação grave e formação de pedras na vesícula, que em alguns casos geram a necessidade de cirurgia de emergência.
Há, ainda, o risco de pancreatite aguda, que, embora seja raro, apresenta altas taxas de mortalidade, além do potencial aumento do risco de câncer de tireoide.
Como emagrecer com saúde?
O emagrecimento pode contribuir para reduzir doenças crônicas, melhorar a saúde cardiovascular e controlar a diabete, sem contar o alívio da sobrecarga nas articulações e a melhoria da qualidade do sono e da autoestima. No entanto, não pode ser buscado a qualquer preço.
O acompanhamento adequado com profissionais da área da saúde é fundamental para obter um emagrecimento saudável. “O uso de medicamentos deve ser realizado apenas quando prescrito por um médico, que irá considerar o melhor tratamento para cada caso específico”, recomenda Bastos.
Endocrinologistas, nutricionistas, educadores físicos e, em alguns casos, psicólogos podem auxiliar no processo de emagrecimento de forma segura. A prática regular de exercícios físicos e uma alimentação saudável, priorizando alimentos naturais e minimamente processados, também são essenciais para emagrecer de modo equilibrado.
Fonte: Igor Barcelos, endocrinologista