As preocupações e responsabilidades que acompanham a gravidez podem levar futuras mães a altos níveis de estresse. Embora seja uma preocupação comum, poucos estão cientes dos impactos do estresse materno na saúde mental das crianças em longo prazo.
Pensando nisso, este artigo aborda os resultados de uma nova pesquisa sobre o tema e discute as implicações com a ajuda de uma especialista na área.
Possíveis impactos
Uma pesquisa recente liderada por Rebecca Brooker e Tristin Nyman, publicada no Science Daily, analisou o impacto do estresse materno durante a gravidez na saúde mental das crianças.
O estudo constatou que os hormônios do estresse materno atravessam a placenta e podem afetar o desenvolvimento do feto, resultando em uma série de problemas de saúde, como aborto espontâneo, parto prematuro, temperamento irritável e maior risco de problemas emocionais na infância.
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Especialistas afirmam que o estresse materno tem o potencial de alterar a maneira como o cérebro da mãe e o do bebê se comunicam. Nesse sentido, as alterações hormonais decorrentes do estresse podem afetar o desenvolvimento cerebral do feto, o que pode levar a problemas emocionais e comportamentais na infância e também depois dessa fase.
Importância e papel do apoio social
A pesquisa também destaca a importância do apoio social para as gestantes, pois a reatividade neural confusa a imagens negativas e neutras foi observada apenas em mulheres grávidas com baixos níveis de apoio social.
Quando elas tinham uma boa rede de apoio, a resposta neural era a esperada, com uma distinção clara entre informações negativas e neutras. Ter uma rede de apoio sólida durante a gravidez pode ser crucial para a saúde mental das mães e, por consequência, para o desenvolvimento emocional das crianças. Amigos, familiares e profissionais de saúde podem desempenhar um papel essencial na promoção de um ambiente emocionalmente saudável para a gestante.
O que podemos fazer?
Diante desses resultados, é fundamental encontrar maneiras de ajudar as gestantes a lidar com o estresse e fortalecer suas redes de apoio. Algumas ações que podem ser tomadas incluem:
- incentivar o diálogo aberto sobre as preocupações e ansiedades das gestantes com amigos, familiares e profissionais de saúde;
- promover encontros e grupos de apoio para gestantes, nos quais elas possam compartilhar experiências e estabelecer conexões com outras mães;
- oferecer recursos educacionais e informações sobre a importância do autocuidado e do bem-estar emocional durante a gravidez;
- encorajar a busca por acompanhamento psicológico, quando necessário, para ajudar a lidar com questões de ansiedade e estresse.
A pesquisa liderada por Brooker e Nyman enfatiza a importância do apoio social para as gestantes, e a contribuição da especialista oferece insights valiosos sobre como podemos ajudar as mães a enfrentar os desafios emocionais da gravidez.
Ao criar um ambiente de apoio e compreensão para as gestantes, podemos minimizar os impactos negativos do estresse materno e promover a saúde emocional e o desenvolvimento adequado das crianças.
Afinal, o bem-estar emocional das mães e dos filhos estão intrinsecamente ligados, e ajudar a garantir um futuro emocionalmente saudável para ambos é responsabilidade de todos nós.
Fontes: Science Daily, Sempre Familia, CNN Brasil