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Há indícios de que o estresse psicológico crônico pode ser tão ou mais prejudicial ao coração do que outros fatores de risco tradicionais (como o uso de tabaco e álcool ou a obesidade).
Em pessoas com a saúde cardiovascular já debilitada, inclusive, o estresse mental pode superar o estresse físico e aumentar significativamente o potencial de ataques cardíacos (fatais e não fatais) e outros eventos similares. Na sequência, entenda melhor por que isso ocorre.
Consequências do estresse na saúde cardiovascular
Um estudo publicado no The Journal of the American Medical Association (JAMA) avaliou 918 pacientes com doenças cardíacas subjacentes, mas estáveis, a fim de analisar como seus organismos reagiriam ao estresse físico e mental. Os participantes foram submetidos a testes padronizados, para ver se o coração desenvolveria isquemia miocárdica durante uma ou ambas as formas de estresse.
A isquemia miocárdica consiste na redução significativa do fluxo sanguíneo para os músculos do coração, um fator que pode potencializar as chances de eventos cardiovasculares.
Após os testes iniciais, os pesquisadores acompanharam os pacientes por um período entre quatro e nove anos. Aqueles que sofreram isquemia durante o teste de estresse mental apresentaram a longo prazo um maior impacto na saúde do coração e na qualidade de vida, em comparação aos participantes que tiveram reações ao teste de estresse físico.
Consequentemente, concluiu-se que os que tiveram a reação adversa por estresse mental eram mais propensos a sofrer um ataque cardíaco não fatal ou, em casos mais graves, até mesmo morrer devido a uma doença cardiovascular nos anos seguintes às análises.
Como o estresse prejudica o coração
O estresse é uma necessidade fisiológica de autoproteção, um estímulo que nos deixa em estado de alerta para nos adaptarmos a uma nova situação. O problema é quando ele se torna uma reação permanente e constante, passando do limite saudável e gerando danos à saúde, uma vez que eleva a produção de glóbulos brancos (responsáveis pelo sistema de defesa do organismo) e, consequentemente, afeta a circulação do sangue nas artérias.
Esse processo começa no cérebro, quando a amígdala reage ao estresse e ativa a chamada “resposta de fuga”, desencadeando a liberação de determinados hormônios (como a adrenalina e o cortisol) que podem, a longo prazo, causar problemas como: aumento dos níveis de gordura corporal, elevação da pressão arterial e resistência à insulina.
Além disso, as reações fisiológicas provocadas pelo estresse inflam as artérias, promovem coagulação sanguínea e prejudicam a função dos vasos. Efeitos que podem levar a um caso de aterosclerose (doença arterial subjacente à maioria dos ataques cardíacos e acidente vascular cerebral).
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É necessário reforçar que os hormônios derivados do estresse são estimuladores da musculatura do coração, provocando contrações e relaxamentos. A questão é que, quanto mais o coração realiza esse processo repetidamente, mais esse sistema fica ineficiente e se torna um potencial fator de risco para o desenvolvimento de problemas cardiovasculares.
Diante disso, a recomendação dos especialistas é fugir de fatores estressores, a fim de aliviar os sintomas do estresse. Junto a isso, vale incluir na rotina hábitos como a prática regular de exercícios físicos, ter uma alimentação balanceada e uma rotina de sono saudável.
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Fonte: NY Times, Jama Network, NCBI, Aha Journals.