Responsável por regular o ciclo circadiano, ela é produzida naturalmente pelo organismo, mas pode ser ingerida em suplementos
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Você talvez já tenha ouvido falar em pessoas que tomam melatonina para dormir. Porém, ela não é um remédio e sim um hormônio produzido pelo próprio organismo — o que as pessoas fazem, nesses casos, é tomar suplementos para compensar a falta de melatonina natural.
Ela faz bem para quem tem dificuldade de dormir, pois atua diretamente no ciclo circadiano, que controla diversas funções do corpo ao longo do dia. Mas além de dar sono, a melatonina estimula outras reações ligadas à hora de ir dormir — como a produção de glicose no fígado e de insulina no pâncreas, por exemplo.
A questão é que a melatonina só é produzida quando não há luz, sendo esse um dos principais motivos para evitar as telas de computadores e celulares antes de se deitar na cama. Além disso, a geração natural do hormônio, que ocorre na glândula pineal, diminui com o passar do tempo — o que ajuda a explicar a maior incidência de insônia entre adultos e idosos.
Porém, como dito, as deficiências na produção de melatonina pela glândula pineal podem ser compensadas por medicamentos e suplementos alimentares, com orientação médica.
O principal motivo para buscar suplementos de melatonina é a melhora na qualidade do sono: ela contribui na luta contra a insônia, além de fazer com que a pessoa durma melhor e por mais tempo. Porém, ela também oferece outros benefícios.
Com seu efeito regulador sobre o ciclo circadiano, a melatonina também pode ser usada para aliviar a depressão sazonal. Esse transtorno é comum no inverno — especialmente em regiões onde a estação é mais longa, causando tristeza, sono excessivo e outros problemas.
A melatonina também tem ação antioxidante no organismo, sendo associada a um aumento na imunidade. Isso contribui para a prevenção de diversas doenças e auxilia no tratamento de várias outras — como enxaqueca, fibromialgia, glaucoma, isquemia. Já existem pesquisas que indicam o hormônio para pacientes de câncer, para ajudar no tratamento e diminuir os efeitos colaterais mais incômodos.
Por fim, também ajuda a reduzir a produção de ácido no estômago e os índices de óxido nítrico (substância que induz o relaxamento do esfíncter do esôfago). Com isso, a melatonina também pode ser útil em casos de refluxo gastroesofágico.
Alguns alimentos podem contribuir para a produção natural do hormônio — como banana, nozes, laranja, arroz integral e outros. Além disso, como já mencionado, diminuir a exposição a luzes, durante a noite, também ajuda.
Quem necessita de doses artificiais pode comprar suplementos alimentares, que voltaram a ser liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2021. A dose máxima de melatonina nesses suplementos é de 0,21 mg e não é necessário apresentar receita médica para comprá-los. Essa quantidade é semelhante à produção natural do organismo.
Até essa mudança nas regras da Anvisa, as cápsulas com o hormônio sintético só podiam ser importadas ou manipuladas com receita — essa possibilidade ainda existe para as pessoas que precisam de doses maiores, de 1 mg a 10 mg. Cerca de 15 dias tomando as cápsulas no mesmo horário são necessários para regularizar o ciclo circadiano.
A suplementação de melatonina não costuma causar efeitos colaterais e é segura. Mas, se ela for usada sem critério e em quantidades muito altas, pode gerar sintomas como: pesadelos ou sonhos muito vívidos, fadiga ou sono exagerado durante o dia, além de falta de concentração e agravamento da depressão. Sendo assim, o uso de cápsulas de procedência duvidosa e sem acompanhamento médico não é recomendado.
Fonte: Tua Saúde, Hospital Israelita Albert Einstein, USA Today, Instituto do Sono.