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Durante a pandemia da covid-19, pacientes com câncer passaram a sofrer com o cancelamento de cirurgias. Segundo pesquisa da Universidade de Birmingham publicada no British Journal of Surgery, mais de 28 milhões de procedimentos foram cancelados por conta do coronavírus em todo o mundo.
Contudo, as cirurgias robóticas podem ser grandes aliadas desses pacientes neste momento. Segundo o site oficial do Hospital Beneficência Portuguesa (BP), as cirurgias robóticas são mais benéficas e reduzem os riscos de contaminação pelo coronavírus. É o que afirma também, em entrevista à Medicina S/A, Gustavo Guimarães, cirurgião oncológico do BP.
A justificativa é que, por meio desse tipo de procedimento, menos invasivo, o paciente tem sangramento menor, recuperação mais rápida e, por isso, não precisa ficar internado por muito tempo, podendo voltar ao isolamento social de forma mais ágil.
O procedimento cirúrgico robótico impacta, até mesmo, o aumento do número de cirurgias que deverão ser feitas no futuro caso os procedimentos sejam mesmo cancelados.
Segundo a pesquisa da Universidade Birmingham, se os países aumentassem em 20% a quantidade de cirurgias realizadas, demoraria quase um ano para conseguir fazer todos os procedimentos cancelados em época de crise da covid-19.
Com os procedimentos cirúrgicos robóticos, os pacientes podem continuar o tratamento previsto normalmente e evitar cancelamentos sem ocupar leitos por muito tempo no período de recuperação.
Panorama das cirurgias robóticas no Brasil
De acordo com notícia oficial no site do Hospital Israelita Albert Einstein, em uma década já foram realizados cerca de 17 mil procedimentos cirúrgicos com robôs no Brasil. O método foi implantado em 2008 na instituição e, até 2018, já haviam sido feitas mais de 7 mil cirurgias, com investimento de R$ 46 milhões em 10 anos.
No Hospital Beneficência Portuguesa foram realizadas mais de 100 cirurgias em um período de um ano. Em 2020, 75% dos procedimentos cirúrgicos foram feitos com robôs.
A cirurgia robótica
O robô utilizado no procedimento cirúrgico precisa ser manipulado por um cirurgião através de um joystick parecido com um videogame. Quando o médico tira os olhos do visor, o equipamento fica paralisado, com todos os comandos travados para garantir a segurança do paciente.
De acordo com site do Hospital Beneficência Portuguesa, as cirurgias robóticas garantem tempo menor de hospitalização do paciente, reduzem os riscos de infecção, a dor e o sangramento durante a cirurgia, e os cortes feitos são menos incisivos e garantem maior precisão em locais de difícil acesso.
Segundo notícia publicada no site oficial do BP, para utilizar o robô, o médico precisa passar por um treinamento específico. Os responsáveis por preparar os cirurgiões e acompanhar os primeiros procedimentos para garantir sua segurança são chamados de “proctors”.
Em publicação oficial no site, o Einstein afirma que tem mais de 140 médicos capacitados para a cirurgia robótica. Desse total, 13 têm o título de proctor em diversas especialidades.
“Estamos acompanhando com muita atenção o que está chegando à plataforma de cirurgia robótica com o objetivo de formar e atualizar nossos cirurgiões e residentes”, afirma, em site oficial, Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e médico cirurgião certificado em cirurgia robótica desde 2009.
Os médicos especialistas do BP e Einstein dizem, em notícias oficiais dos sites, que as cirurgias robóticas têm impacto positivo na formação de médicos.
Benefícios ao aprendizado dos cirurgiões
Além dos benefícios aos pacientes, esse tipo de procedimento também é positivo para a formação dos médicos. Os profissionais podem fazer os treinamentos por meio de um simulador, inclusive em ambiente remoto. O equipamento representa um paciente, mas todos os movimentos são reais.
O mercado já tem cursos de capacitação e pós-graduação em técnicas cirúrgicas robóticas oferecidos por diversas instituições médicas e de educação, como o Hospital Sírio-Libanês, o Albert Einstein e Instituto D’or de Pesquisa e Ensino.
Fonte: British Journal of Surgery, Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Sírio Libanês, Instituto D’or.