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Nova técnica facilita a identificação do vírus influenza A

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Pesquisadores da Universidade de Tohoku, no Japão, desenvolveram um novo método para identificar o vírus influenza A, causador da gripe sazonal. A técnica, descrita em um artigo publicado em maio no periódico Analytical Chemistry, promete facilitar o diagnóstico da doença.

Assim como acontece com o Sars-CoV-2, que causa a covid-19, o influenza A passa por mutações constantes, o que dificulta a detecção e atrasa o desenvolvimento de tratamentos. Para solucionar a questão, cientistas japoneses miraram em partes do agente infeccioso resistentes a mudanças.

Uma estrutura panhandle no vírus influenza, conhecida como região promotora do ácido ribonucleico (RNA), surgiu como alvo. De acordo com o professor Yusuke Sato, coautor da pesquisa, essa parte do microrganismo não está envolvida nas variações genéticas relacionadas ao desenvolvimento do vírus da gripe e à resistência antiviral dele.

O influenza A é o causador da gripe comum. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

A solução proposta foi a criação de uma sonda fluorogênica capaz de se ligar a essa área do patógeno e permitir detectar rapidamente a presença dele. Para desenvolvê-la, foi usado o ácido nucléico peptídico (PNA), um tipo de ácido desoxirribonucleico (DNA) sintético específico para direcionar o RNA de fita dupla na estrutura do vírus.

Como funciona a sonda fluorogênica

A nova técnica para identificar o vírus influenza A de forma rápida depende do conjugado, uma mistura de PNA, corante laranja de tiazol e uma molécula que se liga à estrutura de alça interna do RNA. Em contato com a região promotora, a combinação apresenta um brilho intenso, de acordo com o artigo.

Nos testes, o conjugado se mostrou 130 vezes mais brilhante quando aderido à estrutura em comparação com os momentos em que não se ligava a nada. Outro detalhe notado pelos pesquisadores é que a combinação teve afinidade de ligação com o vírus mais forte em duas ordens de magnitude.

Ilustração mostra a detecção da fluorescência na região promotora de RNA. (Fonte: Universidade de Tohoku/Divulgação)

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O resultado mostra que o método tem alto potencial para ser utilizado no diagnóstico da gripe causada pelo influenza A, como afirmam os autores. Além disso, pode detectar diferentes cepas do vírus, uma vez que a região promotora continua estável, independentemente da variante envolvida.

“Essa técnica serviria como uma candidata promissora para a análise do RNA do vírus influenza A com base na detecção direta da região promotora em nítido contraste com o método PCR padrão ouro”, explicou Sato.

Vírus influenza causa milhares de mortes

O aumento dos casos de gripe no último trimestre de 2021 nos Estados Unidos voltou a chamar a atenção para a doença. Responsável pelo surto no hemisfério norte, a cepa Darwin, como foi batizada a nova variante do subtipo A do influenza (H3N2), já se espalhou por outros países.

Considerada uma doença séria, a gripe sazonal pode evoluir para a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e outras formas mais fortes, que podem levar o paciente a óbito. Estima-se que ela cause de 290 mil a 650 mil mortes anualmente em todo o mundo.

Novidades como a sonda fluorogênica podem ser essenciais para uma detecção mais rápida e precisa do influenza A, facilitando também o desenvolvimento de antivirais e a prevenção de surtos de gripe.

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Fonte: Universidade de Tohoku, Analytical Chemistry, Fiocruz, ScienceDaily

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