A sífilis é uma doença que se encaixa no grupo das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Uma enfermidade que parecia ser um problema distante, tornou-se uma das maiores epidemias brasileiras.
Entre 2010 e 2018, os casos de sífilis cresceram mais de 3 mil por cento, passando de 2,1 para 75,8 infectados a cada 100 mil brasileiros. No mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima a ocorrência de 6 milhões de casos da doença por ano.
A situação é preocupante e pode ser consequência de dois fatores: o primeiro é o maior acesso a testes rápidos (TR) da doença no Sistema Unificado de Saúde (SUS), que pode tornar o crescimento de pacientes algo natural; o segundo é bastante alarmante, sendo o descuido na hora das relações sexuais.
O que é a sífilis e qual é o seu diagnóstico?
Essa IST é causada pela bactéria Treponema pallidum e pode apresentar diferentes sintomas clínicos, bem como estágios de doença variados. A transmissão é feita por meio de relações sexuais sem camisinha com pessoas infectadas, durante a gestação ou parto do bebê e pelo compartilhamento de seringas contaminadas.
A doença tem maiores possibilidades de transmissão durante os estágios iniciais. A sífilis pode ser diagnosticada por meio dos testes rápidos, que são exames de sangue levados para análise em laboratório. Os TR estão disponíveis gratuitamente no SUS e apresentam o resultado em cerca de 30 minutos.
Os estágios da sífilis
Os órgãos de saúde definem as doenças em quatro diferentes níveis: sífilis primária, secundária, latente e terciária. Cada um dos estágios apresenta sintomas e riscos distintos.
Primária
A ferida é única no local de entrada da bactéria, podendo ser boca, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou outros locais da pele. É uma lesão que não coça, não arde e não contém pus. O outro único sintoma possível é o surgimento de ínguas na região da virilha.
O ferimento aparece entre 10 e 90 dias após o contágio, com alto risco de transmissão pela elevada taxa de bactérias, e depois desaparece sozinho, com tratamento ou não.
Secundária
Os sintomas aparecem após 6 semanas ou 6 meses da cicatrização das lesões primárias. Manifestam-se no corpo por meio de manchas que também não coçam. Normalmente, as novas manchas aparecem nas palmas da mão e nas solas do pé. Pode ou não apresentar ínguas pelo corpo.
Diferente da primeira manifestação, ela pode ser acompanhada de febre, mal-estar e dor de cabeça.
Latente
Esse estágio também é conhecido como período assintomático da sífilis, já que não aparecem lesões ou sintomas pelo corpo. Pode ser interrompido por sinais das fases secundária e terciária.
O latente é dividido entre recente (menos de 2 anos de infecção) e tardio (mais de 2 anos de infecção).
Terciária
Esse nível é o mais preocupante e deve ser evitado a todo custo, podendo aparecer entre 2 e 40 anos após o início da infecção. É acompanhado de sinais e sintomas, como lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas. Esse estágio da doença pode levar à morte.
Sífilis tem cura?
A doença tem um tratamento bem simples e é feito a base da injeção de penicilina intramuscular, entretanto varia conforme o estágio da sífilis. Na primária, apenas uma injeção do antibiótico já cura a IST. Na secundária, podem ser necessárias até três injeções de penicilina para conseguir ficar livre da bactéria.
Os tratamentos mais difíceis são os de sífilis terciária, que é quando o organismo do infectado está mais debilitado. Nesse estágio, é necessário o internamento do paciente para que ele receba diariamente as doses da medicação.
Vale ressaltar que mesmo após se curar da doença você não fica imune a ela e pode contraí-la novamente.
O que fazer no caso de gestantes?
Se a pessoa infectada pela sífilis for uma gestante, o tratamento tem que começar o quanto antes e, no máximo, 30 dias antes do parto. Caso isso não ocorra, existe o risco de o bebê nascer com sífilis congênita.
Os cuidados também são a base da injeção intramuscular de penicilina, que é a única forma de impedir a transmissão vertical. O parceiro sexual também precisa ser tratado para evitar uma reinfecção, e são recomendados três testes durante a gravidez: primeiro trimestre, terceiro trimestre e momentos antes do parto.
Crianças nascidas com sífilis que não trataram ou o fizeram de forma errada podem passar por internação e são obrigadas a fazer diversos testes após o parto, como coleta de amostras de sangue, avaliação neurológica (incluindo punção lombar), raio X de osso longos, avaliação oftalmológica e audiológica.
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Fontes: Governo Brasileiro, Saúde abril, Veja Saúde.