Estreptococos do grupo A, também chamados de Streptococcus A ou Streptococcus pyogenes, chamaram a atenção após o registro de alta no número de infecções provocadas pela bactéria no Reino Unido. Em 2022, foram mais de 120 mortes, incluindo 25 crianças e adolescentes, no que as autoridades de saúde definiram como “aumento fora de estação”.
O Streptococcus A está naturalmente presente na garganta, no nariz e na pele de pessoas saudáveis e, em certas circunstâncias, pode provocar doenças leves, como faringite e infecções cutâneas. Porém, casos invasivos podem ser fatais, com o microrganismo alcançando órgãos em que comumente não está presente.
Como ocorre a infecção por Streptococcus?
A bactéria é transmitida geralmente pelo contato com gotículas respiratórias ou feridas infectadas. Quem está contaminado expele a bactéria ao falar, tossir ou espirrar e ao compartilhar talheres, beijar ou respirar muito perto de outras pessoas.
Pegar em um objeto contaminado e em seguida tocar a boca ou o nariz também pode espalhar a doença, o que reforça a importância de lavar as mãos com frequência, assim como fazer a higienização correta de brinquedos e outros utensílios em creches e escolas.
Além disso, recomenda-se cobrir a boca e o nariz ao tossir e espirrar, pois essa medida ajuda a prevenir que a doença se espalhe, assim como manter distanciamento de outras pessoas caso não esteja se sentindo bem.
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Qual é a doença causada pelo Streptococcus?
Os estreptococos do grupo A podem causar várias doenças de diferentes gravidades, como:
- infecção na garganta — com sintomas como dor ao engolir, febre e inflamação das amígdalas;
- febre escarlatina — que inclui dor de garganta, febre e pequenas manchas vermelhas e ásperas na pele;
- impetigo — condição mais comum em crianças de 2 anos a 5 anos, em que há formação de feridas em locais como boca, nariz, braços e pernas;
- fasciíte necrotizante — infecção rara que causa necrose dos tecidos e pode levar à morte;
- celulite infecciosa — infecção da pele que comumente ocorre nos membros inferiores e tem sintomas como vermelhidão, inchaço e dor;
- síndrome do choque tóxico por estreptococos — condição rara e grave que é mais comum em pessoas com 65 anos ou mais e que rapidamente evolui e pode levar à morte;
- febre reumática — doença inflamatória que afeta coração, articulações, cérebro e pele quando infecções não são tratadas corretamente;
- glomerulonefrite pós-estreptocócica — doença rara renal que pode se desenvolver após infecções pela bactéria, resultando da ação do sistema imune para combater a condição.
Infecções invasivas como a fasciíte necrotizante e a síndrome de choque tóxico por estreptococos ocorrem com maior frequência em crianças, idosos ou pessoas de grupos de risco, a exemplo de pacientes oncológicos, imunossuprimidos e usuários de álcool ou drogas.
As autoridades de saúde recomendam que, ao apresentar sintomas de infecção por estreptococos do grupo A, a pessoa consulte um médico. Além disso, a vacinação para gripe e varicela é recomendada, já que tais doenças aumentam o risco de infecção invasiva por estreptococos do grupo A.
Fonte: National Health Service, Governo do Reino Unido, Estadão, CDC – Centers for Disease Control and Prevention, Governo da Austrália, Public Health Ontario, Informativo de saúde pública de Massachusetts, Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde