O transtorno de psicopatia está presente de 1% a 2% na população mundial, o dobro da incidência de casos de esquizofrenia. Apenas no Brasil, as estimativas apontam de 2 milhões a 4 milhões de pessoas com o distúrbio de comportamento.
Os filmes e as séries descrevem o psicopata como alguém criminoso, insensível, agressivo e sem a possibilidade de tratamento, o que acaba gerando um imaginário popular com informações incompletas.
Saiba o que é psicopatia e quais são as principais características desse transtorno de personalidade.
O que é psicopatia e quais são as principais características?
A psicopatia é um transtorno mental comum, caracterizado por traços de personalidade que incluem egocentrismo, falta de empatia e remorso, além de comportamento antissocial com dificuldade de inibir ações prejudicais às pessoas. Apesar disso, não é considerado uma doença.
Os psicopatas podem enganar, manipular, explorar, ameaçar, roubar ou agredir fisicamente outras pessoas. Ao mesmo tempo, eles podem parecer externamente amigáveis e bem ajustados quando querem atingir um objetivo. Essas características tornam o transtorno difícil de ser identificado.
Os traços psicopáticos variam de leve a extremo. No entanto, não quer dizer que uma pessoa com o comportamento que apresente características de psicopatia tenha o transtorno de personalidade.
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Como identificar um comportamento psicopata?
Ao contrário do que a televisão e o cinema ensinam, a maioria dos psicopatas não é assassino, podendo ser um colega de trabalho, amigo ou membro da família. Muitas características da psicopatia se sobrepõem as de sintomas de transtorno de personalidade antissocial, que é uma condição de saúde mental mais ampla usada para descrever pessoas que costumam quebrar as regras da sociedade.
Para identificar uma pessoa com psicopatia, os seguintes sinais devem ser observados:
- charme — ter a capacidade de encantar as pessoas quando tem um objetivo e, como não é autêntico, o comportamento pode variar em momentos diferentes;
- mentira — mentir constantemente e muitas vezes sem razão;
- falta de remorso — não sentir nenhum remorso pelo comportamento negativo, mesmo sabendo que isso pode prejudicar outras pessoas;
- falta de lealdade — desvalorizar e substituir os outros com facilidade, pois não costumam ter apego ou amor;
- egocentrismo — querer que as pessoas fiquem em constante competição pela sua atenção, promovendo intrigas e manipulando todos em sua volta;
- impulsividade — tomar decisões importantes de forma impulsiva, sem muita reflexão;
- reações explosivas — demonstrar pouca paciência e, quando contrariados, reagir de forma explosiva.
Tratamento para a personalidade psicopata
A psicopatia não tem cura, mas pode ser tratada. O tratamento do transtorno inclui várias abordagens de forma simultânea, como a psicoterapia, o treinamento de habilidades comportamentais e o reconhecimento dos papéis da família, da escola, de colegas e da comunidade. Em alguns casos, o tratamento com remédios também podem ser indicado.
A terapia melhora as habilidades socioafetivas da pessoa, o que aprimora o seu convívio social. O tratamento das características psicopatas na juventude costuma ser mais promissor do que na vida adulta, e os traços de psicopatia costumam diminuir ou desaparecer ao longo da vida.
Fonte: Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Agência Brasil, IPEMED