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As novas tecnologias ajudam a evoluir a medicina, que, ainda assim, vive uma prática mais reativa, agindo quando um paciente apresenta uma enfermidade. Para mudar essa ideia, a medicina personalizada surge como uma opção que visa adaptar o tratamento médico à individualidade genética de cada paciente.
Durante o IT Mídia, a professora Iscia Lopes Cendes, membro da Sociedade Brasileira de Genética Médica e da Unicamp, defendeu que a medicina personalizada, em vez de fazer um cuidado pensando nas estatísticas e tendências da população, analisa a pessoa que está no consultório médico.
Com o desenvolvimento tecnológico, a prática vem se tornando cada vez mais possível e se apresenta como uma tendência para o futuro da medicina brasileira. É difícil prever todos os problemas de saúde que uma pessoa pode ter na vida, mas a ação personalizada fornece possibilidades de prevenção e busca evitar doenças inesperadas.
O que é a medicina personalizada?
Esta prática mais individualizada de cuidado médico trabalha de forma preventiva com os pacientes. Por meio de análises genéticas, a medicina personalizada tem o intuito de identificar, prevenir e tratar doenças a partir das particularidades do organismo de cada pessoa.
A prática funciona a partir do sequenciamento do genoma do paciente, que permite aos médicos uma análise mais precisa da possibilidade que o paciente tem de desenvolver certas doenças, como problemas cardíacos e originados da predisposição genética.
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Essa análise fornece uma ação preventiva muito maior do que exames de rotina ou informações sobre histórico de doenças na família. Isso porque, mesmo como uma similaridade de 99% no sequenciamento genético, aquele 1% de diferença pode ter relação com a possível gravidade de uma doença ou a efetividade de um tratamento.
Medicina personalizada na luta contra o câncer
No Reino Unido, a análise genética já é utilizada como uma forma de prevenir e prever o câncer. Um exemplo está no câncer de ovário, que pode ser prevenido a partir de uma detecção de alterações nos genes BRCA1 ou BRCA2. Uma mulher que apresente essas alterações no BRCA 1 tem entre 40% e 50% de chances de desenvolver a doença.
Além de funcionar como uma forma de prevenir e identificar doenças que a pessoa esteja predisposta a ter, a medicina personalizada funciona também como uma alternativa efetiva no tratamento de pacientes oncológicos.
Segundo o Instituto Oncoguia, o levantamento das características genéticas e proteicas das células cancerosas ajuda os médicos a definirem a melhor terapia e tratamento para cada pessoa.
Limitações financeiras
O alto custo para realizar esse acompanhamento individualizado torna a prática bastante fora da realidade financeira da maior parte da população brasileira, sendo uma possibilidade limitada para aquelas pessoas com melhores condições financeiras.
Durante o IT Mídia, o vice-presidente da Thermo Fisher na América Latina, Roberto Mendes, apresentou que a personalização da medicina é uma tendência. Dessa forma, a expectativa é de que, com o passar do tempo, torne-se uma prática comum, tendo respaldo dos planos de saúde ou chegando até o Sistema Unificado de Saúde (SUS).
Na visão de Roberto Mendes, essa acessibilidade não deve acontecer em um curto prazo. Segundo ele, a medicina personalizada ainda não deve funcionar em sua essência em um futuro breve, mas pode ajudar com a criação de subgrupos de pacientes que possibilitem uma maior individualização dos tratamentos.
Fonte: IT Mídia – Saúde Business, Summit Saúde Estadão, Instituto Oncoguia.