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A empresa farmacêutica Merck Sharp and Dohme (MSD), em conjunto com o laboratório estadunidense Ridgeback Biotherapeutics, está desenvolvendo uma pílula que pode ser o primeiro remédio com efetividade comprovada contra a covid-19.
Batizado de molnupiravir, se mostrou efetivo na redução da carga viral. A expectativa da MSD é de que o medicamento consiga diminuir cerca de 50% das chances de hospitalização ou óbito em pacientes que apresentam risco de desenvolver casos graves da doença.
Como funciona a pílula?
O intuito do medicamento é diminuir a carga viral no paciente. Para isso, o molnupiravir funciona como se fosse um vírus de computador dentro das células do Sars-CoV-2. Isso porque a pílula introduz erros no código genético do novo coronavírus e, dessa forma, impede a reprodução do vírus no organismo.
Os testes de fase dois, que envolviam 182 pessoas, apresentaram resultados bastante positivos na redução da carga viral em pacientes de alto risco. Eles receberam o fármaco duas vezes por dia, durante cinco dias. Ao final dos testes, os voluntários da pesquisa não mostravam mais sinais da presença do Sars-CoV-2 no organismo.
Estudos sobre o medicamento
Um estudo feito pela MSD corroborou para a confirmação da proteção de grupos de alto risco. Com 775 pacientes, uma parcela recebeu o molnupiravir e a outra o placebo. Dos que receberam a pílula da farmacêutica, apenas 7,3% foram hospitalizados após 29 dias de tratamento, com nenhuma morte computada.
Na metade que recebeu o placebo, o índice de hospitalizados ou óbitos em 29 dias de tratamento foi de 14,1%, com oito mortes durante o período dos testes. A priori, o remédio é recomendado para pessoas que positivaram para o novo coronavírus e estão dentro dos grupos de risco.
Resultados positivos são sinal de esperança
Com o sucesso nas pesquisas, as recomendações de monitores externos são em prol da suspensão imediata dos testes de estágio avançado e o começo do processo de autorização para uso. Por outro lado, alguns especialistas pedem calma e paciência, para que todos os possíveis efeitos colaterais do remédio sejam abordados nos estudos.
O intuito da MSD e da Ridgeback Biotherapeutics é de solicitar, em breve, uma autorização de uso emergencial para a pílula nos Estados Unidos. Caso seja aprovada, a esperança é de que o medicamento seja um avanço na luta contra a pandemia causada pelo novo coronavírus.
Em comunicado oficial, a presidente-executiva da Ridgeback, Wendy Holman, defendeu que “tratamentos com antiviral que podem ser tomados em casa para manter pessoas com covid-19 fora do hospital são criticamente necessários”, sendo exatamente essa a função da pílula que está sendo desenvolvida na parceria entre a Ridgeback Biotherapeutics e a MSD.
Ainda assim, a existência do remédio não exclui a necessidade de manter os cuidados preventivos, como o uso de máscaras de proteção e a higienização constante das mãos, e a importância de uma vacinação completa da população, que é a única maneira de erradicar a doença causada pelo novo coronavírus, e finalizar de forma segura a pandemia.
Fonte: The Guardian, IstoÉ, Exame.