Por que a variante Delta é tão contagiosa?

10 de agosto de 2021 3 mins. de leitura
Segundo o CDC, dos Estados Unidos, a mutação é tão transmissível quanto a catapora e pode desencadear novos surtos ao redor do mundo

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Embora a vacinação esteja avançando no Brasil e, consequentemente, os casos de covid-19 e mortes estejam diminuindo, o momento ainda não é de tranquilidade. A variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, é mais contagiosa do que as demais cepas, e a carga viral dos infectados é até 1.260 vezes maior.

Devido a isso, países que já haviam flexibilizado o uso da máscara e aglomerações, como Israel, Estados Unidos e Austrália, precisaram rever as medidas para evitar que novos surtos ocorram.

Variante Delta: a mais contagiosa

Quando falamos do vírus Sars-CoV-2 novas mutações são esperadas, pois, conforme o vírus se espalha, ele sofre modificações genéticas. Dessas mutações, podem surgir novas variantes, linhagens e cepas. Com o sequenciamento do genoma, os cientistas conseguem perceber se a mudança é fixa em relação aos sequenciamentos anteriores. 

Segundo o estudo do Imperial College, a variante delta tem uma taxa de transmissão 55% maior do que a alfa, 60% em comparação com a beta e 34% com a variante gama. (Fonte: Pixabay/Icsilviu/Reprodução)
Segundo o estudo do Imperial College, a variante Delta tem uma taxa de transmissão: 55% maior do que a Alfa; 60% em comparação com a Beta; 34% em relação à Gama. (Fonte: Pixabay/Icsilviu/Reprodução)

Segundo o levantamento realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, a nova cepa é extremamente contagiosa e tem desafiado a proteção oferecida pelas vacinas já utilizadas contra a covid-19. O relatório emitido pelo órgão mostra ainda que ela pode causar mais sequelas.

Os dados ainda apontam que a nova mutação é mais transmissível do que os vírus que causam a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), Ebola, resfriado comum, gripe sazonal e varíola.

Essa variante foi descoberta em outubro de 2020 e, desde então, espalhou-se por centenas de países, inclusive no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, país que já tem 70% da população adulta com, pelo menos, a primeira dose aplicada, 83% dos novos casos são dessa mutação. 

A taxa de eficácia das vacinas 

Com o avanço da nova variante em vários países, cientistas estão preocupados com a eficácia das vacinas já existentes. Segundo um estudo publicado no New England Journal of Medicine, duas doses da vacina da Pfizer resultaram em 88% de eficácia na prevenção de doenças sintomáticas da Delta em comparação com 93,7% contra a variante anterior, a Alfa.

Todas as vacinas utilizadas no Brasil apresentam eficácia contra a variante Delta. (Fonte: Pixabay/spencerbdavis1/Reprodução)
Todas as vacinas utilizadas no Brasil apresentam algum grau de eficácia contra a variante Delta. (Fonte: Pixabay/spencerbdavis1/Reprodução)

Além disso, duas doses da AstraZeneca resultaram na eficácia de 67% contra a Delta e 74,5% contra a variante Alfa. Quanto à vacina Coronavac, o porta-voz da Sinovac, farmacêutica chinesa responsável pela vacina, disse que os resultados preliminares baseados em amostras de sangue dos vacinados mostraram uma redução de três vezes no efeito neutralizante contra a Delta. Nesse caso, uma terceira dose de reforço pode ser aplicada para provocar reação mais forte contra essa mutação.

A vacina da Janssen, única opção em dose única, anunciou no início de julho que sua vacina é eficaz contra a mutação Delta. Em estudo, os pesquisadores concluíram que os anticorpos e as células do sistema imunológico de oito pessoas que tomaram a Janssen neutralizaram efetivamente a cepa. Um estudo realizado em Israel teve resultados parecidos. 

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Fonte: CNN, El País, Exame.

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