RNA do Sars-CoV-2: estudos auxiliam na busca por tratamentos

23 de junho de 2021 3 mins. de leitura
Pesquisa que detalha forma de replicação do vírus será utilizada na busca de substâncias contra a covid-19

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Um grupo de pesquisadores com membros de diversas instituições de ensino da Europa publicou um estudo que representa um importante passo no tratamento da covid-19.

As conclusões ainda são preliminares, entretanto o cenário mais otimista indica que novos tratamentos cientificamente eficazes contra a doença podem surgir em breve, reduzindo a intensidade dos efeitos do vírus no corpo. 

A pesquisa é uma descrição detalhada a respeito da atuação do RNA do vírus Sars-CoV-2, mais especificamente sobre como ela atua para “sequestrar” células e se replicar pelo corpo.

Um trabalho complexo

O artigo foi publicado na revista científica Molecular Cell em 24 de maio de 2021 e é assinado por 21 cientistas, incluindo estudiosos da Universidade de Oxford, na Inglaterra, Universidade de Glasgow, na Escócia, e Universidade de Heidelberg, na Alemanha.

A principal descoberta descreve toda a etapa de interação do Sars-CoV-2 em um organismo, especialmente no trajeto de replicação, identificando as células envolvidas.

A atuação do RNA viral em proteínas utilizadas para transporte do material genético.
A atuação do RNA viral em proteínas utilizadas para transporte do material genético. (Fonte: X-MOL/Reprodução)

Estudos anteriores de outras equipes já haviam confirmado que proteínas eram a forma mais utilizada para o transporte do vírus, mas a exata descrição de como isso acontecia — e quais eram as proteínas “favoritas”, ou seja, as mais visadas — permanecia um mistério.

De acordo com os cientistas, o RNA viral é multiplicado a partir de um grupo identificado de células de proteína que são sequestradas e ressignificadas para atuar a favor da replicação do material genético viral. Isso foi possível graças à observação da atuação do RNA em células epiteliais do pulmão de pacientes infectados.

Um futuro promissor

Outra etapa importante da pesquisa foi a realização de um experimento de prova de conceito (POC) envolvendo medicamentos, ou seja, o estabelecimento de um modelo prático para comprovar ou não a eficácia de certas substâncias.

Ao todo, quatro medicamentos foram selecionados e aplicados em diferentes proteínas. Como resultado, todos apresentaram efeitos, de moderados a fortes, na redução da replicação viral sem grandes danos ao organismo, já que focam diretamente na atuação das células de transporte.

Os tratamentos podem ser usados contra as novas variantes ou em populações que ainda não foram vacinadas. (Fonte: BaLL LunLa/Shutterstock)
Os tratamentos podem ser usados contra as novas variantes ou em populações que ainda não foram vacinadas. (Fonte: BaLL LunLa/Shutterstock)

Isso significa que agora será possível realizar testes mais específicos para descobrir remédios que atuem contra a atuação da covid-19 no corpo humano.

“Esperamos que esse estudo trace o caminho para identificar os melhores alvos em potencial para tratamentos. Essas terapias não são importantes só para combater variantes que fujam das vacinas, mas também podem ter potencial contra outros coronavírus que possam surgir no futuro”, explicou o doutor Alfredo Castello, da Universidade de Glasgow. 

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Fonte: Molecular Cell, University of Glasgow.

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