Variante P.4 do coronavírus é descoberta no interior de São Paulo - Summit Saúde

Variante P.4 do coronavírus é descoberta no interior de São Paulo

26 de maio de 2021 3 mins. de leitura

Ainda não há informações se a nova cepa é mais contagiosa ou se causa quadros mais graves da covid-19

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Uma nova variante da covid-19 foi detectada em cidades do interior do Estado de São Paulo por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Denominada P.4 devido à ligação com a mesma linhagem da qual surgiu a P.1, identificada em Manaus (AM), a cepa foi descoberta em amostras coletadas no município de Itirapina.

O primeiro sinal do surgimento da alteração veio com a detecção da mutação L452R na proteína spike do Sars-CoV-2, também presente na variante indiana. A partir da análise de outras sequências decodificadas, a probabilidade aumentou, deixando os cientistas em alerta.

As análises feitas na Unesp foram submetidas ao Global Initiative on Sharing All Influenza Data (GISAID), plataforma que reúne sequenciamentos feitos em todo o mundo para monitorar possíveis novas variantes. Com os dados combinados, o grupo descobriu o parentesco da P.4 com as cepas identificadas em Manaus e na Índia.

A nova linhagem foi identificada em amostras coletadas na região leste do Estado de São Paulo. (Fonte: Shutterstock/Hort Hasur/Reprodução)
A nova linhagem foi identificada em amostras coletadas na região leste do Estado de São Paulo. (Fonte: Shutterstock/Hort Hasur/Reprodução)

De acordo com a professora do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce) Paula Rahal, ainda não é possível saber se essa variante é mais transmissível ou letal do que as demais identificadas. “O que ela representa só saberemos ao longo do tempo. Pode ser que não cresça ou domine. A gente não sabe”, comentou ao Jornal da Unesp.

Rastreamento da P.4

Para rastrear a frequência da nova cepa no interior do Estado de São Paulo, a equipe analisou 64 amostras coletadas na região de Araraquara, nas quais estava presente a mutação L452R. O estudo incluiu, ainda, a investigação de seis amostras do município de Porto Ferreira e uma da cidade de Descalvado.

A pesquisa permitiu aos cientistas identificar que a sequência mais antiga da nova linhagem é de fevereiro deste ano, o que indica surgimento recente. Ela foi coletada em Itirapina, localizada a 215 quilômetros da capital, mas passou a circular pela região leste do estado.

O material foi comparado com sequências de um banco de dados internacional. (Fonte: Shutterstock/Elpisterra/Reprodução)
O material foi comparado com sequências de um banco de dados internacional. (Fonte: Shutterstock/Elpisterra/Reprodução)

Com as descobertas, que mostraram grande frequência em Porto Ferreira, os pesquisadores acreditam ser possível acompanhar melhor a disseminação da P.4. Os dados também podem ajudar as autoridades sanitárias a traçar estratégias para evitar a disseminação da linhagem para outros municípios.

Cidades em que a cepa foi identificada

De acordo com a Unesp, a variante P.4 do novo coronavírus já foi identificada nos municípios de:

  • Itirapina;
  • Porto Ferreira;
  • Mococa;
  • Araras;
  • Sumaré;
  • Cesário Lage;
  • Tambaú;
  • Rio Claro;
  • Santa Cruz das Palmeiras.

Agora, os pesquisadores devem iniciar novos estudos em busca da origem da cepa.

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Fonte: Unesp, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

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