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Ventilador pulmonar será produzido por brasileiros

Mulher com proteção para raio X manuseando computador

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em parceria com a empresa brasileira Russer vão produzir ventiladores pulmonares para o tratamento de pacientes com covid-19. O projeto do equipamento foi desenvolvido pela Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), que não cobrará royalties durante o período da pandemia.

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Por conta da alta demanda provocada pela crise sanitária, os equipamentos ficaram escassos em todo o mundo e diversas empresas e instituições se movimentaram para fabricar os aparelhos. Engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa conseguiram realizar um projeto de ventilador pulmonar mais barato do que a média do mercado.

A agência espacial realizou uma chamada pública para fabricação dos instrumentos e selecionou 331 empresas de vários países em uma primeira rodada. Em um segundo momento, 28 companhias foram selecionadas para produzir o material, entre elas a brasileira.

Desenvolvimento do projeto

Protótipo de ventilador pulmonar específico para a covid-19 foi desenvolvido por iniciativa de engenheiros da NASA no início da pandemia. (Fonte: NASA/Divulgação)

O projeto do ventilador pulmonar foi desenvolvido em 37 dias pela Nasa. Inicialmente, o Ventilator Intervention Technology Accessible Locally (Vital) não substituiria os ventiladores hospitalares atuais, que podem tratar uma ampla gama de outros problemas médicos, além da covid-19.

O equipamento foi construído por iniciativa dos próprios engenheiros da agência espacial, logo no início do crescimento dos números da pandemia, antes mesmo que a maioria das pessoas soubesse da importância desses ventiladores. Mais de 50 pessoas trabalharam no desenvolvimento do equipamento – a maioria diretamente de casa.

O desenvolvimento do Vital também contou com a contribuição de médicos e fabricantes de dispositivos médicos. O equipamento teve um bom desempenho em testes de simulação com resultados precisos e reproduzíveis. Além disso, a configuração e operação do ventilador foram rápidas e fáceis de usar. 

O protótipo é composto por muito menos peças do que os ventiladores tradicionais e deve durar de três a quatro meses. O equipamento já recebeu autorização de uso pela Food and Drug Administration (FDA), agência responsável por proteger a saúde pública nos Estados Unidos. O instrumento também obteve licença no Brasil da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Ventilador pulmonar no Brasil

Governo Federal já entregou mais de 8 mil ventiladores para estados e municípios. (Fonte: Governo Federal/Divulgação)

O coronavírus pode atingir os pulmões de forma severa, apresentando como complicação a pneumonia. Nos quadros mais graves, os pacientes perdem a capacidade respirar sozinhos e precisam de suporte ventilatório. O respirador mecânico, dessa forma, é fundamental para tratar a doença em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

No início da pandemia, o Brasil tinha mais de 65 mil ventiladores disponíveis, sendo destes, cerca de 50 mil disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). O governo federal realizou a contratação de 16 mil equipamentos para reforçar o combate à covid-19 nos estados e nos municípios, em um total de cinco contratos com o valor total de R$ 787,5 milhões, com um preço médio de R$ 50 mil por unidade.

A aquisição desses itens envolve um esforço de mais de 15 instituições entre fabricantes processadores, instituições financeiras e empresas de alta tecnologia. A distribuição dos ventiladores tem sido realizada de acordo com a produção da indústria nacional, que depende de algumas peças que são importadas.

Produção em parceria com a NASA

A produção brasileira do projeto da Nasa deve custar R$ 20 mil, quase um terço da média de preço do mercado, que gira em torno de R$ 50 mil a 60 mil. Além disso, a produção da Russer com a Senai vai ampliar a produção do equipamento no Brasil, a partir de uma cadeia nacionalizada de componentes. Inicialmente, a produção do modelo da agência espacial será de 300 unidades por mês, mas ainda não previsão de quando os equipamentos estarão disponíveis no mercado.

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Fontes: Medicina SA, Agência Brasil, Ministério da Saúde, Agência Espacial Americana (Nasa), Governo Federal.

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