Covid-19: mesmo com 2 doses é possível transmitir o vírus

19 de novembro de 2021 4 mins. de leitura
A vacina não impede a transmissão do vírus, mas é importante para evitar mortes e a sobrecarga dos sistemas de saúde

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Após a imunização de boa parte das pessoas, as dúvidas se voltaram para a efetividade das vacinas e as garantias que elas podem promover às pessoas que receberam as duas doses. 

Recentemente, um estudo publicado no The Lancet Infectious Diseases revelou que, mesmo com as duas doses necessárias dos imunizantes, as pessoas ainda são capazes de contrair e transmitir o Sars-CoV-2. 

Dados do estudo

Intitulado Community transmission and viral load kinetics of the Sars-CoV-2 delta (B.1.617.2) variant in vaccinated and unvaccinated individuals in the UK: a prospective, longitudinal, cohort study, o estudo foi feito por um grande grupo de pesquisadores. 

O principal foco do trabalho foi fazer uma análise das possibilidades de transmissão da variante delta do Sars-CoV-2 mesmo após a vacinação contra a covid-19 ter sido aplicada.

A vacinação continua sendo a principal maneira para acabar com a pandemia do novo coronavírus. (Fonte: Shutterstock/BaLL LunLa/Reprodução)
A vacinação continua sendo a principal maneira para acabar com a pandemia do novo coronavírus. (Fonte: Shutterstock/BaLL LunLa/Reprodução)

Segundo a pesquisa, a chance de alguém imunizado com duas doses contrair o vírus e transmiti-lo para pessoas não vacinadas que vivem na mesma casa é de 38%. Caso a pessoa que mora na mesma residência esteja vacinada, o número cai para 25%.

O estudo também mostrou que o organismo das pessoas vacinadas combate mais rapidamente a covid-19. Entretanto, o pico de carga viral e de transmissão do vírus é o mesmo que em pessoas não vacinadas. 

Segundo os pesquisadores, os dados levantados evidenciam a importância de todas as pessoas se vacinarem para que a sociedade esteja segura e consiga conter a propagação do vírus.

Queda de efetividade

A pesquisa também mostrou uma queda de efetividade nas vacinas desenvolvidas pela Pfizer e pela AstraZeneca. De acordo com o estudo, um mês após a segunda dose, os imunizados pela Pfizer estão 88% protegidos contra a covid-19. Depois de cinco ou seis meses da aplicação da segunda dose, a proteção cai para 74%. 

No caso da AstraZeneca, um mês após a segunda dose da vacina, a pessoa apresenta 77% de proteção contra a doença causada pelo novo coronavírus. Porém, cerca de 4 ou 5 meses após a aplicação, a eficácia contra a infecção cai para 67%. Os resultados enaltecem a importância das doses de reforço da vacina contra a covid-19. 

O uso de máscaras de proteção deve continuar necessário por algum tempo. (Fonte: Shutterstock/Zigres/Reprodução)
O uso de máscaras de proteção deve continuar necessário por algum tempo. (Fonte: Shutterstock/Zigres/Reprodução)

Variante Alpha

Outro estudo, feito pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), descobriu que a variante Alpha tem as mesmas condições da Delta. Intitulado Clusters of Sars-CoV-2 Lineage B.1.1.7 Infection After Vaccination With Adenovirus-Vectored and Inactivated Vaccines: A Cohort Study, o trabalho também foi publicado no The Lancet.

Focado na variante Alpha e nas vacinas da AstraZeneca (ChAdOx1) e do Instituto Butantan (Coronavac), os resultados publicados apresentaram que “a imunização parcial com ChAdOx1 e a completa de Coronavac parecem fornecer proteção contra covid-19 grave e morte na grande maioria dos indivíduos”. Entretanto, os imunizantes não impedem 100% que uma pessoa seja infectada pelo vírus e transmita-o para outros indivíduos. 

A pesquisa também apresenta que a vacinação, junto do uso de máscaras e distanciamento físico, será essencial para conter a disseminação do vírus e encerrar a pandemia. 

Fonte: BBC, Ministério da Saúde, Summit Saúde Estadão, Agência Brasil, Imagem Destaque, The Lancet.

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