O imunizante, indicado pelo Ministério da Saúde como injeção extra, não era prioridade na capital paulista
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A Prefeitura de São Paulo passou a usar exclusivamente a vacina da Pfizer contra covid-19 na aplicação da terceira dose em idosos. A medida, que teve início no dia 15 de setembro, valerá enquanto houver indisponibilidade do imunizante produzido pela AstraZeneca, segundo a administração municipal.
Defendida pelo Ministério da Saúde, a combinação de fórmulas diferentes na injeção extra contra o coronavírus pode ajudar a reforçar a proteção das pessoas de mais idade e nos imunossuprimidos, principalmente em relação à variante Delta. Esses grupos tendem a apresentar uma resposta menor de anticorpos neutralizantes.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, receberão a vacina da Pfizer como dose de reforço os idosos com mais de 85 anos que tomaram a segunda injeção ou a dose única há mais de seis meses. O público com 90 anos ou mais foi imunizado com a vacina disponível no momento, sem priorizar a fórmula da farmacêutica americana.
A chegada de um lote com 340 mil doses da vacina da Pfizer à cidade permitirá o abastecimento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) nas quais os grupos elegíveis serão imunizados. Segundo a Prefeitura, não há risco de faltar o produto, embora a demanda seja alta.
Usada anteriormente como dose de reforço para o público mais vulnerável, seguindo orientação do governo estadual, a Coronavac foi excluída pelo Ministério da Saúde da lista de opções para essa finalidade. A mudança veio após a divulgação de um estudo com dados sobre a efetividade da fórmula.
A pesquisa preliminar, conduzida por pesquisadores de instituições brasileiras e britânicas, publicada na plataforma medRxiv em 25 de agosto, mostrou uma baixa efetividade da Coronavac entre as pessoas com mais de 90 anos. Nesse público, ela evitou 25% das infecções, 30% das internações, 30% dos casos mais graves e 30% das mortes.
O resultado é um pouco melhor na faixa etária dos 80 aos 89 anos, subindo para 55% na prevenção das infecções e 65% nas demais situações. Porém, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, resolveu optar por outros imunizantes na dose de reforço, especialmente o da Pfizer.
A intercambialidade também será adotada em relação às pessoas que estão com a segunda dose da AstraZeneca em atraso. Elas receberão o imunizante da Pfizer até que a entrega do laboratório britânico seja normalizada.
Os adolescentes de 12 a 17 anos que ainda não receberam nenhuma dose também serão imunizados com a Pfizer, assim como os grupos tratados com ela na primeira aplicação de vacina.
Fonte: Prefeitura de São Paulo, Estadão, medRxiv.