Economista Armínio Fraga Neto mostrou os desafios e respostas que o sistema de saúde deve perseguir
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Conheça o maior e mais importante evento do setor de saúde do Brasil.
O terceiro dia de palestras do Estadão Summit Saúde 2021, o maior evento do segmento no Brasil, teve como foco os impactos das sequelas da covid-19 nos pacientes e no sistema de saúde. Os painéis, que ocorrem de forma online e gratuita, tiveram, nesta quarta-feira (20) uma discussão importante sobre quais caminhos devemos percorrer para garantir a sustentabilidade do setor.
O palestrante foi Armínio Fraga, economista, fundador do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e sócio fundador da Gávea Investimentos. Fraga também foi presidente do Banco Central entre os anos 1999 e 2002, o que o atesta como um profundo conhecedor do sistema financeiro brasileiro e sua relação com outras áreas, em especial a saúde.
Armínio começou sua palestra lembrando do contexto atual em que estamos inseridos, e destaca o ponto positivo de que a população brasileira teve uma ampla aceitação para com a vacina. Isso gerou um “alívio” para o sistema de saúde nos últimos meses, o que certamente tende a se intensificar à medida que um maior percentual esteja imunizado.
O economista também aproveitou para relembrar como funciona o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, inspirado no modelo britânico de oferecer um serviço público e universal para a população. Porém, o nosso país tem uma característica única de gastar mais com o sistema privado de saúde do que com o SUS, o que indica que o sistema de saúde é subfinanciado.
Segundo um estudo institucional do IEPS, o sistema de saúde deve aumentar entre três e quatro pontos na sua participação do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos 30 anos. Hoje, esse número está em torno de 9%, mas deve crescer com o envelhecimento da população e o aumento de renda das pessoas. Essa é uma tendência rigorosa e bastante intuitiva, observou Armínio Fraga.
Mas, segundo o economista, como o Brasil apresenta a característica única de investir mais no setor privado, deverá enfrentar um grande desafio para crescer a participação do PIB. Como a carga tributária tem um forte impacto na renda familiar quando o assunto é saúde, a tendência correta seria que os investimentos partissem do setor público, e não do privado.
Armínio Fraga destaca também as histórias de sucesso com o SUS em nosso país. Isso inclui áreas como a saúde da família, prevenção e tratamento da AIDS, e até o sistema de vacinação. Mas deixa claro que isso não esconde os desafios do modelo, como as filas, a demora por atendimento e a insatisfação geral, devido à falta de recursos e à judicialização.
Como respostas para esses desafios, o economista propõe algumas soluções, que vão desde a regionalização do sistema de saúde até mecanismos de gestão que sejam mais eficientes. Armínio destaca novamente a importância de mais recursos oriundos do setor público, um dos grandes desafios a serem superados no SUS aqui no Brasil.
Se você tiver interesse em conferir essa palestra na íntegra, pode acessar o Estadão Summit Saúde 2021 e acompanhar outras palestras no evento gratuito e online. A programação acontece até o dia 22 de outubro, abordando temas relevantes para quem se interessa pela área da saúde. As inscrições ainda estão abertas e são gratuitas!
Fonte: Estadão Summit Saúde 2021.