Liberação da Anvisa permite salto na qualidade de combate ao vírus e deve aumentar a adesão de pessoas ao tratamento
Publicidade
Conheça o maior e mais importante evento do setor de saúde do Brasil.
Desde o início de 2020, quando o Sars-CoV-2 chegou ao Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem ocupado o noticiário com boas notícias. Em geral, elas se referiam às vacinas contra a covid-19, mas dessa vez um tratamento para o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, sigla em inglês) é o motivo da comemoração.
Após a conclusão da fase de testes, o órgão aprovou uma medicação que torna ainda mais fácil o tratamento contra esse vírus, que já matou milhões de pessoas desde a década de 1980. Confira mais sobre o assunto.
O novo medicamento autorizado pela Anvisa reúne em um só comprimido duas substâncias: a lamivudina e o dolutegravir sódico. Isso representa um salto no combate à doença, já que um dos principais obstáculos se refere à adesão ao tratamento, agora ainda mais fácil.
Segundo a agência, o fármaco permite reduzir a carga viral do HIV e manter as células CD4, um tipo de linfócito fundamental para a manutenção do sistema imunológico. Assim, é mais fácil tornar o vírus indetectável, evitar novos contágios e o desenvolvimento da Síndrome da Imunodeficiência Humana (Aids), que é a doença que pode acometer os portadores de HIV.
Além disso, ele é de amplo espectro: pode ser usado em adultos e adolescentes a partir de 12 anos com no mínimo 40 kg e se aplica tanto a novos pacientes quanto a pessoas que já faziam o tratamento anterior, com dois comprimidos diferentes.
O registro no País foi concedido ao laboratório GlaxoSmithKline Brasil Ltda., que passou por um processo técnico bastante rigoroso quanto à eficácia e segurança do medicamento.
Desde o início da distribuição gratuita de medicação contra o HIV, em 1996, o governo brasileiro tem se tornado uma referência mundial no combate ao vírus. Mas os primeiros coquetéis de tratamento ainda eram agressivos ao organismo: eram necessárias várias medicações com efeitos colaterais significativos.
Tornar o tratamento otimizado, com apenas um comprimido, ajuda na promoção da saúde pública. Mas o principal gargalo se refere à gratuidade. A África do Sul tem cerca de 10% da população adulta convivendo com o HIV e sem acesso ao tratamento. No Brasil, isso significaria 18 milhões de pessoas, e não os atuais 860 mil, que têm apoio para a inativação viral.
Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), para ajudar nações no combate à doença, mais de 36 milhões de pessoas já morreram no mundo por conta do adoecimento em razão da infecção pelo HIV.
Fonte: Unaids, Governo Federal, Scielo.