Menor taxa de imunização está na África, continente que conta com apenas 4,4% da população vacinada com 2 doses
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A meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a vacinação contra a covid-19 era que todos os países estivessem com 10% da população imunizada com duas doses de vacina até setembro de 2021. Atualmente, 50 países não alcançaram essa meta, estando a maior parte deles no continente africano.
Enquanto a Europa já alcançou taxas de 66% da população completamente vacinada; os Estados Unidos, 55%; e o Brasil, 47%, o continente africano ainda está com uma preocupante taxa de 4,4% da população imunizada com duas doses de vacina.
Dos 54 países do continente, apenas 15 alcançaram a meta de 10%. Entre as maiores nações com maior população que não bateram a meta se destacam Egito, Nigéria e Etiópia. Burundi e Eritreia sequer começaram o programa de vacinação.
Alguns dos países que não alcançaram a meta de vacinação enfrentam guerras ou conflitos civis que impedem o desenvolvimento de uma infraestrutura de imunização. É o caso de Iêmen, Síria, Afeganistão, Mianmar e Iraque. Outros passam por momentos de recuperação de desastres naturais, como o Haiti, que sofreu com seguidos terremotos que destruíram parte do país.
No continente africano, o problema é outro: a pobreza. A maioria dos países não tem verba para a compra e a aplicação de vacinas, por isso depende de doações da Acesso Global de Vacinas Covid-19 (Covax Facility), iniciativa conjunta de OMS, Aliança Gavi, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação (CEPI), que trabalha para a aquisição e a distribuição de vacinas para os países mais pobres.
Apesar de os países ricos terem prometido conseguir 2 bilhões de doses de vacina, doações em dinheiro e sobras de estoque, menos de 15% do prometido realmente chegaram aos necessitados. Para alcançar a meta de 10%, o continente africano precisaria de 270 milhões de doses até o fim de setembro, mas só recebeu 200 milhões.
Alguns dos participantes do programa relatam que muitas doses são enviadas com o prazo de validade tão próximo do vencimento que não existe modo de fazer a vacina chegar aonde precisa em tempo hábil. Muitos países não têm estrutura para manter nem para distribuir as doses.
Outro problema é que o principal parceiro para a produção de vacina para a Covax é o Instituto Serum, na Índia, mas o país chegou perto de um colapso pelo alto número de infecções por covid-19, e o governo exigiu boa parte da produção. Além disso, o instituto tinha contratos anteriores com diversos locais mais ricos, o que impediu a entrega das doses prometidas para a Covax dentro do prazo.
Apesar dos problemas, a Covax espera alcançar 1 bilhão de doses doadas no início de 2022. A meta da OMS é que 40% da população mundial esteja vacinada até o fim de 2021; com os atrasos, a Covax estima que entregará à África 470 milhões de doses, o suficiente para vacinar com dose dupla apenas 17% da população. Seguindo os novos números, o continente africano deve chegar a 40% da população vacinada só em março de 2022.
Fonte: OMS, O Tempo, BBC, Nexo Jornal.