As condições apresentam similaridades, mas o diagnóstico correto impacta diretamente nas formas de tratamento
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Diferentes condições podem causar problemas às células do sangue. A anemia e a talassemia são duas delas, e ambas afetam os níveis de hemoglobina, uma metaloproteína rica em ferro que faz parte dos glóbulos vermelhos e permite o transporte de oxigênio no organismo.
“Anemia” é um termo genérico para designar um grupo de condições caracterizadas por causar deficiências na concentração de hemoglobina ou na produção de hemácias (glóbulos vermelhos). Essas doenças podem ser agudas ou crônicas, adquiridas ou hereditárias.
Classificam-se como agudas quando ocorre uma perda expressiva e repentina de sangue, como em casos de acidentes ou cirurgias, por exemplo. Já as condições crônicas são provocadas por doenças de base, que podem ser hereditárias (como a anemia falciforme) ou adquiridas (geralmente ocorrem por deficiência nutricional, como a anemia ferropriva).
As anemias têm a classificação baseada no volume corpuscular médio (VCM), mas também podem ser mensuradas a partir do tamanho das hemácias. Há três grupos em que a anemia pode se encaixar: microcíticas, macrocíticas e normocíticas.
Em relação aos sintomas, os mais comuns são: queda da pressão arterial, palidez cutânea, cansaço constante, déficit na memória, tontura, fraqueza, dores musculares, sonolência, falta de ar, palpitação e taquicardia. Os sinais podem ser menos ou mais intensos, e as pessoas podem apresentar indícios diferentes em virtude do tipo de anemia em questão.
A talassemia é uma condição hereditária. Ela é um tipo de anemia e faz parte do grupo de doenças do sangue classificadas como hemoglobinopatias (doenças que afetam os níveis de hemoglobina).
A hemoglobina faz parte das células do sangue, sendo responsável por levar oxigênio a todo o corpo. Essa molécula está dentro das hemácias, sendo que cada uma contém milhões de hemoglobinas. Já as hemoglobinas normais (ou saudáveis) são compostas de dois tipos de proteínas (ou globinas), sendo elas alfa e beta (interligadas por um átomo de ferro).
A talassemia ocorre quando há um problema ou defeito na produção de uma ou duas dessas globinas. Para entender essa lógica, é preciso relembrar que as células do corpo humano contam com 23 pares de cromossomos (totalizando 46), que são responsáveis por carregar informações genéticas para cada parte do corpo.
No cromossomo de número 11, há a informação genética necessária para produzir a globina beta, enquanto no cromossomo 16, o que é preciso para produzir a globina alfa. Pessoas com mutação no cromossomo 11 apresentam um caso de talassemia beta, enquanto quem apresenta alteração genética no cromossomo 16 tem a talassemia alfa.
No caso da talassemia beta, há três manifestações possíveis: talassemia maior, talassemia intermediária e talassemia menor — definidas conforme o número de genes comprometidos.
Já a talassemia alfa pode aparecer de quatro formas: portador silencioso, traço alfa talassemia, doença da hemoglobina H e hidropsia fetal — também conforme o comprometimento genético.
O diagnóstico dessas condições é laboratorial, realizado por meio de um hemograma e uma eletroforese de hemoglobina. Além disso, é possível fazer análises mais profundas e estudar a mutação genética específica que atinge o organismo do paciente.
Anemia é um grupo genérico de doenças que atingem as hemoglobinas ou hemácias, mas o uso popular desse termo geralmente é feito para se referir aos tipos mais comuns dessa doença, que costumam ser causados por deficiências nutricionais. Um exemplo é o caso da anemia ferropriva, que se manifesta quando os níveis de ferro estão abaixo do normal.
Já as talassemias são um tipo de anemia. Elas se classificam como hemoglobinopatias hereditárias que decorrem de mutações nos genes das globinas (alfa ou beta na grande maioria dos casos). Tais alterações genéticas promovem redução ou até mesmo ausência na síntese de uma ou mais cadeias de globina (que formam a hemoglobina).
Como resultado, há um desequilíbrio na produção dessas cadeias, tendo como maior consequência desse déficit a eritropoese ineficaz, que é quando glóbulos vermelhos não completam seu desenvolvimento.
Quem sofre desse problema hereditário não tem uma produção correta de hemoglobina — vale reforçar que essa não é uma doença contagiosa, também não é causada por má alimentação ou carência de vitaminas e sais minerais.
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Fonte: Biblioteca Virtual em Saúde, Sociedade Goiana de Pediatria, Biblioteca Virtual em Saúde, Associação Brasileira de Talassemia