Uso excessivo de tecnologia pode ser gatilho para desenvolvimento de transtornos psicológicos
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Internet, smartphones, aplicativos: palavras que não fariam sentido há alguns anos agora são parte do vocabulário diário de grande parte dos brasileiros. Por um lado, essas novidades trazem mais praticidade e entretenimento; por outro, mudam a forma como as pessoas lidam com seus sentimentos e problemas.
Diversos profissionais e organizações, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), já afirmaram que a ansiedade é considerada um mal do século XXI, bem como a depressão. Há muitas razões por trás disso, e não é possível atribuir todas ao avanço tecnológico — mas também não se pode excluí-lo da equação.
É importante ressaltar que a ansiedade é um transtorno que pode acarretar diversas consequências à saúde, sendo considerada um conjunto de ações, pensamentos e sentimentos obsessivos que alteram o cotidiano de quem sofre com ela. Relacionados a esse transtorno existem fobias, estresse pós-traumático, ataques de pânico, distúrbios do sono, entre outros. De acordo com dados do Jornal da USP, o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo.
Na era digital, aprendemos a ser mais imediatistas. Esperamos respostas rápidas, estamos constantemente vinculados aos nossos smartphones e somos bombardeados por informações o tempo inteiro. São inúmeros os cenários que ativam em nosso cérebro o “gatilho da ansiedade”, tornando-se uma defesa contra situações vistas como potencialmente perigosas.
O problema, inclusive, já recebeu outros nomes, como ansiedade de smartphone. Mas por que essa situação tem se tornado cada vez mais comum? O número de pessoas que se sentem inseguras sem seus smartphones só cresce, com medo de não poderem se comunicar ou ficarem desatualizadas sobre o que está acontecendo no mundo.
Este é outro incômodo cada vez mais vivenciado: o Fear Of Missing Out, ou Fomo (em tradução livre: medo de ficar de fora). Isso ocorre porque nos acostumamos a ter mais de uma opção para tudo, desde o melhor serviço de streaming até qual sorveteria frequentar em um passeio em família. E o Fomo surge quando as pessoas ficam angustiadas ao se sentirem por fora de alguma novidade sobre a qual todos estão falando.
Não há consenso científico sobre o que, exatamente, causa ansiedade no uso da tecnologia. Pode ser nossa inabilidade de viver sem ela, o modo como aprendemos a nos comunicar ou o Fomo. Ou, talvez, a soma de todos esses fatores.
O que se pode afirmar é que precisamos controlar nosso apego às tecnologias, pois o seu uso indevido e em excesso pode estar intimamente ligado aos casos de ansiedade. E, consequentemente, são perdidos muitos dos benefícios que a tecnologia pode oferecer.
Fontes: Jornal da USP.